“Baixa autoestima é como dirigir pela vida com o freio de mão puxado.”(Maxwell Maltz)
Infelizmente, as pessoas perderam a curiosidade pelo significado real dos termos, o que faz advir uma linguagem por vezes confusa pelo significado dúbio ou equivocado pelo significado dado às palavras e, consequentemente, acarretando graves problemas de comunicação. Pior que, algumas vezes, se usam palavras de forma inadequada e que, em uma interpretação precisa, demonstra-se que o usuário prega contra si. Assim, chegamos à questão da autoestima. “Estima” significa sentimento de carinho ou de apreço em relação a alguém ou algo, afeição ou afeto. Portanto, autoestima será o carinho, a afeição e o afeto que alguém tem por si próprio. Quando a pessoa justifica algo com base na baixa autoestima, ela está se depreciando incrivelmente, pois reconhece que sequer tem afeto, afeição ou carinho por si própria. Como podemos esperar algo relevante ou afetuoso de quem sequer consegue gostar de si mesmo? Por isso Sam Walton diz que “se as pessoas acreditam nelas mesmas, é impressionante o que elas conseguem realizar”. Afinal, se elas não acreditam em si não acreditarão no que estão fazendo, e a chance de sucesso é nula. Outro ponto importante está no fato de que, sendo a vida uma eterna mudança, a qual exige adaptação constante, se houver baixa autoestima, a chance de adaptação é pouca, ou seja, vive-se mal. “Cada nova adaptação é uma crise na autoestima.” (Eric Hoffe) Portanto, autoestima não é uma mera questão de característica pessoal ou justificativa; perda de autoestima é um problema de saúde psíquica, que deve ser tratado em razão de seus diversos reflexos na vida da pessoa. A falta de autoestima ataca as relações interpessoais, o encaminhamento profissional, as relações amorosas, a integridade, … Drauzio Varella, didaticamente, lembra que “a rejeição de si próprio, a ausência de autoestima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu-mesmo é o núcleo de uma vida saudável”. Ele tem razão. E concordo quando ele vai além, pois em regra, a baixa autoestima acarreta aos indivíduos comportamentos e sentimentos negativos. Então, o renomado médico lembra: “Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.”. É necessário sempre que essa questão da baixa autoestima seja vista e tratada sob uma ótica séria, o que na maioria das vezes não vejo ocorrer. As pessoas quase se enaltecem ou se justificam dizendo que não têm autoestima, quando, na verdade, reconhecem que têm uma doença. Elas se desqualificam e se desvalorizam. Nas palavras de Osho: “Eu lhe ensino que a primeira e mais importante coisa é ser amoroso para consigo mesmo. Cuide de si mesmo.”. O mais incrível está no fato de que, por vezes, as pessoas não buscam a cura por entenderem que ter autoestima importaria em um desvio de caráter vinculado à arrogância, vaidade ou ao orgulho, quando uma coisa nada tem a ver com as outras. Ter autoestima é se dar valor, se amar. Autoestima é amor-próprio. “Assim você irá florescer. Nesse florescimento você atrairá alguma outra flor. Isso é natural. Pedras atraem pedras; flores atraem flores.” (Osho) A autoestima é elemento necessário à vida boa.
Autoria: Fernando Sá
Autores citados: Maxwell Maltz, Drauzio Varella, Sam Walton, Eric Hoffe, Osho