“Abram a mente, meus amigos. Todos nós tememos aquilo que foge à nossa compreensão.” (Dan Brown)
Habitualmente, usamos como sinônimos os verbos entender e compreender. Todavia seriam a mesma coisa? Para alguns dicionários informais sim. Todavia precisamos ter cuidado com isso. Entender e compreender possuem diferenças, e os conceitos efetivos de ambas podem ter efeitos que não percebemos na nossa vida. Afinal, você pode entender algo sem compreender o que seja. Estranho, né? Em um primeiro exemplo, você pode entender ou decorar uma fórmula ou pensamento, mas sem compreender sua real definição ou sentido. O que importa? Você poderá encarar dificuldades se tiver que explicar tal fórmula ou pensamento. Todos entendem que a fórmula da água é H2O, mas você compreende o que e por que são duas moléculas de hidrogênio e uma de oxigênio? Já percebemos (perceber também não é entender nem compreender) que compreender dá trabalho, pois exige questionamentos, perguntas e busca de respostas. Quem compreende é ativo; não advém compreensão do conformismo ou da indiferença. Outros estudiosos dizem que entender está na racionalidade, na lógica, na inteligência intelectual, ou seja, competência cognitiva, onde há julgamento. Mas compreender seria uma experiência composta de movimento, ação e empatia, ou seja, estaria no campo da inteligência emocional. Exemplificando, uma pessoa pode entender uma condição sexual e não compreender essa condição. O entendimento não afastaria o preconceito, o qual não subsistiria mediante a compreensão. A minha inteligência intelectual, onde está o entender, comporta preconceito, julgamento, crítica e interpretações. Mas a minha compreensão (inteligência emocional), em razão da empatia, fará uma conexão pelo senso de humanidade. Assim, o entendimento pode gerar medo, mas não a compreensão. Explica-se, então, a lição de Heráclito de que “muito estudo não ensina compreensão”. Podemos ver que entender e compreender são situações distintas que fazem você enxergar a vida diferentemente. Quem compreende se afasta da violência, do julgamento, da interpretação, da crítica e da construção de estereótipos. Um autor informa que “dizer que alguém tem muito conhecimento intelectual e sabe explanar sobre qualquer assunto, não quer dizer que este alguém seja um sábio, pois sábio é aquele que compreende com o coração”. “A compreensão de outrem somente progredirá com a partilha de alegrias e sofrimentos.” (Albert Einstein) Então, tudo que foge da minha compreensão, ainda que esteja no meu entendimento, se faz difícil de ser aceito e, eventualmente, gera temor. O entendimento pode ser dar pelo ato de decorar, mas a compreensão exige bem mais. A compreensão não será fruto da apatia da estagnação. “Não se possui o que não se compreende.” (Johann Goethe) Portanto, a sua decisão, ou melhor, sua escolha entre entendimento e compreensão trará diferencial na condução da sua vida. Por isso, Da Vinci dizia que: “O amor é filho da compreensão; o amor é tanto mais veemente, quanto mais a compreensão é exata.”. A pergunta que resta é: Você anseia por entender ou compreender? A resposta pode ditar uma vida boa, ou não, para você.