Partindo desse peito desolado,Onde dorme, em uma geleira,Um coração desapegado.Olhos gélidos,Que não vertem lágrimas
Ou flamejam sensações,Fitam tudo como nada.Mãos contraídas e ombros curvados,Na seleta figura cubista,De onde nada parte
E onde nada chega.Um respirar fraco e lúgubre,Como se cada respiro fosse o último,E de onde não se crê
Na surpresa de suspiros.Um inverno,Sem lembrança do outono
Ou esperança de primavera,Espelha esse homem.Já terá conhecido o calor do amor,A morna felicidade de um beijo,O conforto de um abraço
Ou o ferver do sexo?Como um jarro de cristal
No aguardo do craquelar do tempo;Da decomposição em pedaços.A ruína certa por única certeza,Que torce pelo tempo devastador
E se satisfaz com o advir do fim.A alma partiu,Agora, só carcaça.Nunca a vida lhe esteve tão morta.
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