Um diretor instigante como Rainer Werner Fassbinder, quando está livre para filmar a obra do “maldito” Jean Genet, e se valendo de um elenco com estrelas como Brad Davis, Franco Nero e Jeanne Moreau, só poderia rodar um clássico. Um filme que não é para todos. Há os que dirão: “- Tem que se ter estômago!” Mas o correto seria dizer o mundo marginal tem uma poesia dissonante. No curso da história, o marinheiro francês Querelle (Brad Davis) desembarca em Brest. Marginal e movido pelo desejo, torna-se frequentador assíduo do bordel da cafetina Lysiane (Jeanne Moreau), amante de seu irmão Robert (Hanno Pöschl). Lysiane é casada com Nono (Günther Kaufmann), que costuma jogar dados com os clientes. Quem ganha pode ficar com ela, quem perde deve transar com ele. A surpresa é o resultado que Querelle quer dos dados. Dono de incontrolada vaidade, Querelle segue numa rotina transgressora sob os olhos apaixonados de seu capitão (Franco Nero). Pesado? Não! Só a equação Fassbinder + Genet.