O que mata um jardim não é o abandono. O que mata um jardim é esse olhar de quem por ele passa indiferente. (Mario Quintana)
Em um lugar distante estou morando,… ouço tudo o que normalmente não ouvia. Também, vejo pessoas que dificilmente encontraria ou reencontraria. A vida aqui tem sido estranha, se não consigo sentir tristeza, também não consigo ser feliz. Tenho tido várias lembranças de quando era criança… e corria descalço pelas ruas, andava de bicicleta, carrinho de rolimã. Era tão mágico ver a pipa voando alta, livre e solta pelo céu azul. Mas, onde moro hoje, a criança só é uma lembrança. Outras lembranças consigo tocar, quando vejo o garoto apaixonado e não correspondido, a timidez exacerbada de um suposto patinho feio entre outros. E, assim, longe, avisto velhos amigos de colégio, de piquenique, aqueles com quem, quando adolescentes, dividia sonhos, aspirações, paixões. A minha morada é saudosista… ao ponto de ouvir canções, sentir os sabores, tatear braços dos abraços, me embriagar dos aromas. O longe é tão longe, nesta hora e neste lugar, que ninguém consegue me ouvir. E tento caminhar pelos dias recentes na lembrança que consigo ter. Vejo o meu trabalho, os meus amigos, a família reunida – sempre faltando alguns, pois o tempo de cada um destes nunca teve o mesmo tempo que o meu. Vejo daqui os livros e seus pitorescos marcadores, a vitrola sem o antigo LP, as flores murchas do jardim esquecido. Este lugar onde moro hoje é tão enigmático quanto o é o tempo em que estou morando aqui. Embora haja um conforto, sinto um imenso desconforto em não me ouvirem, … E eu tenho que me esforçar para as lembranças serem minhas companheiras deste lugar. As horas são confusas, pois o relógio parece não ter ponteiros, …, bem, na verdade nem sinto falta destes. A mágica deste lugar é não ter que pagar contas, não ter problemas financeiros e não ter sequer o cuidado de me cuidar. O espelho é turvo, cheio de rugas do tempo em que me lembro jovem. A memória presente, este lugar que moro, já não é tão boa quanto a passada. Vivo esperando os amigos, os sobrinhos, os irmãos,…, mas deve ser tão longe onde moro que eles nunca aparecem aqui. E eu só os tenho nestas minhas lembranças, quando me deixaram aqui neste lugar distante. A mesma distância dos meus olhos na placa que vejo com muita dificuldade ao longe, onde resta escrito: “CASA DE REPOUSO”. Estou tanto tempo neste repouso, que tenho a impressão de que envelheci. Será???
“Repouso para Quem?”
O que dizer? Fascinante, Emocionante, de extrema sensibilidade. cheguei a sentir os olhos Úmidos.
Se é que cabe algum Pedido: continue nos banhando com Sentimentos expressos em palavras.
Obrigado por sua participação. O nosso autor ficará muito feliz com suas palavras! Continue nos seguindo e compartilhe com os amigos, porque nosso autor está sempre contribuindo com o nosso Projeto, além de tantos outros!
Ligia, concordamos plenamente com você. Essa é uma triste realidade em muitas famílias… Obrigado pela sua participação. Continue nos seguindo e compartilhe com os amigos.
Raphaela, obrigado pelas palavras! Encaminharemos ao autor sua opinião/elogio. Obrigado por sua participação. Continue nos seguindo e compartilhe com os amigos
Amei esse texto! 👏👏👏
Patrícia, o texto realmente muito bonito e delicado. Obrigado por sua participação. Continue nos seguindo e compartilhe com os amigos.
Maravilhoso👏👏👏👏👏
Tatiana, obrigado por sua participação. Continue nos seguindo e compartilhe com os amigos.
“Repouso para Quem?”
O que dizer? Fascinante, Emocionante, de extrema sensibilidade. cheguei a sentir os olhos Úmidos.
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Texto carregado de sensibilidades. Tocante… Parabéns ao autor
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Texto lindo, de uma sensibilidade incrivel e a realidade de muitas pessoas que vivem em uma casa de repouso. Parabéns ao autor
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Maravilhoso! Muito verdadeiro!
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