“A ganância te ajuda ou te devora. Depende de como vai usá-la.” (Leonardo Campos)

Minha relação com a Matemática não é das melhores. Estudei em escola pública em um tempo que a falta de professores reinava. Terminei o Ensino Básico com o básico de Química, Física e Matemática. Minha vida financeira sempre foi na linha do vermelho para o roxo. Guardar dinheiro era uma expressão que pouco fazia sentido para mim. Me perguntava como conseguiam fazer isso. Como?! Levei umas porradas da vida que me fizeram ralar feio os joelhos. Me vi, em uma dessas quedas, com uma dívida de 4 dígitos, entre banco e cartão de crédito, e com apenas dezessete reais na carteira. Desespero? Claro! Mas sou resiliente. Respirei fundo e pensei como poderia sair daquele redemoinho me puxando para o fundo. Comecei a pesquisar várias formas de me organizar financeiramente. Vi uma dica que ensinava a colocar em uma planilha TUDO que fosse de ordem financeira. Quanto ganhava, quanto tinha de dívidas, quanto gastava, qual era o custo fixo e variável do seu dia a dia, … Pensei comigo: impossível ter esse controle! Nem sei mexer nisso! Mas a primeira dica era: comece! Então, comecei. No início foi difícil manter a rotina e o compromisso mas, aos poucos, as nuvens começaram a ficar mais claras e a abrir um feixe de luz no céu. Aprendi a usar as fórmulas básicas e logo as dívidas estavam negociadas, os gastos estavam ajustados e pensava duas vezes em gastar com supérfluos. Aprendi, até, a me dar ao luxo de me presentear de vez em quando.  Abri uma poupança e comecei a juntar dinheiro! Viva! Quando menos esperei, minhas dívidas estavam pagas, minha vida financeira estava saudável e tinha um trocadinho guardado. O céu tinha nuvens, mas estava mais limpo. Algumas trovoadas, às vezes, mas nada que me tirasse do controle. Aí vieram os sonhos. Com o céu limpo pude ver o horizonte e planejar um futuro! Aprendi com as planilhas a projetar gastos e me organizar para alcançar um objetivo a longo prazo. Com a pandemia alguns sonhos foram abalados (desemprego, falta de perspectiva futura,…) mas, mesmo assim, fiquei firme nos propósitos. Isso se deu com a ajuda de amigos e com a minha serenidade e certeza de que eu estava mais maduro para passar por aquela tempestade. Continuei projetos e iniciei outros. Empreendi sem medo. Nunca tive vergonha de reiniciar do zero, de baixo. A ganância te ajuda ou te devora. Depende de como vai usá-la. Hoje, uso planilhas para tudo, menos para relacionamentos. Acredita? Nem eu! E vou continuar usando. Elas foram minhas melhores conselheiras! Diziam, na minha cara, o que eu podia e não podia. Por isso, indico a todos os amigos, até mesmo aos desafetos, fazerem uma reeducação financeira com essa ferramenta. Não vão se arrepender! Guardo como lição tudo o que passei e tudo o que aprendi. E vou compartilhar uma frase que li numa folha de calendário de padaria, de um autor desconhecido: “Nunca encare a dificuldade de um dia como se fosse a derrota de uma vida.” Concordam? Eu também! Então vai lá, comece sua planilha e seja livre!

Autoria: Leonardo Campos

Foto: pixabay.com 

Lukas Bieri 

@lukas.d.bieri