“Não te interesses sobre a quantidade, mas sim sobre a qualidade dos vossos amigos.” (Sêneca)

No início de cada ano tenho um comportamento de seleção natural nas minhas redes sociais. Como funciona isso: deleto todos que não me deram feliz aniversário, feliz natal e feliz ano novo. Por que isso? Simples! Prezo qualidade e não quantidade. Procuro, sempre que posso, desejar saúde e prosperidade nessas datas para todos que mantenho nos contatos. O mínimo que desejo é reciprocidade. Não fez o mesmo em nenhuma dessas datas, não merece minha atenção no próximo ano. Simples assim! Radical? Ou escorpiano? Os dois! Em um determinado momento da minha vida fiz uma autoanálise e percebi que eu era uma pessoa carente de atenção (mesmo sendo tímido). Procurava ser o melhor em tudo só para me perceberem. Doido, né? Mas ao perceber esse movimento, tive que me reinventar. Para que ser percebido? Não há necessidade disso! Precisamos ser  nós mesmos e atrair as pessoas por afinidade e não por não querermos estar sozinhos. Isso faz com que tenhamos qualidade nas nossas amizades e não apenas um número de pessoas que esperam algo da gente; que as chame a atenção. Por isso prezo pela interatividade nas amizades. Vejo várias pessoas se vangloriarem por terem 500 amigos nas redes sociais. Oi?! Como assim? Na realidade estão ali conhecidos e vários xeretas fofoqueiros atrás de assunto. Mentira? Para que esse comportamento? Carência ou ego inflado? Não tem como dar atenção a esse número de pessoas e nem interagir com todos. Por isso gosto de ter sempre menos de 200 pessoas nos contatos. Quando passa disso sei que tem alguma coisa errada. Antisocial? Não! Apenas um amigo tentando se dedicar a cada um que realmente conhece. Devemos escolher com cuidado com quem queremos compartilhar nossas felicidades, nossas dores e nossos pensamentos. Já dizia Confúcio: “Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade.” Perdi, ou me livrei, de várias pessoas por conta de pensamentos retrógrados durante as últimas eleições. Não digeri certos comentários, mas respeitei algumas opiniões contrárias. Tudo foi a forma de se colocar. Não sou obrigado a ler discursos de ódio e ignorância opcional. Está vendo, aí, onde entra o filtro da qualidade dos amigos? Pois é! Quantidade nunca foi meu forte. Agora, autoanalisado, estou mais perceptivo a isso. Quero ser sempre original sem precisar de atenção desmedida para o ego. Até porque “A perfeição não consiste na quantidade, mas na qualidade. Tudo o que é muito bom foi sempre pouco e raro, enquanto a abundância é pouco apreciada.” (Baltasar Gracián y Morales). Quero apenas do meu lado quem eu gosto e gosta de mim. Nada de colecionar contatos.

Autoria: Leonardo Campos

Autores citados: Sêneca, Confúcio, Baltasar Gracián y Morales

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