“A caridade é amor, amor é compreensão…” (Chico Xavier)

Este é um velho e conhecido dito popular: “fazer o bem sem olhar a quem”. Nestes tempos em que temos visto e vivido tantas atrocidades, me pergunto o que está acontecendo com as pessoas, com os princípios básicos de respeito e amor ao próximo, a empatia que deveria nos guiar no dia a dia… E se falta amor, respeito e empatia, o que falar da caridade? Estamos vivendo período de grande crise; não há emprego, os alimentos estão caríssimos, pessoas estão perdendo suas casas e sua dignidade. É preciso parar e olhar em volta, com bondade e doçura. Perceber que sempre existe alguém em condições piores do que as nossas e que sempre há uma forma de ajudar a quem precisa. Quem tem mais, pode doar mais e quem tem menos doa menos. Não importa. E são tantas maneiras com que se pode ajudar a quem precisa… Dinheiro, comida, roupa, um olá, um sorriso. Você pode doar seu tempo! O escritor Franz Kafka, falecido em 1924, já dizia que “a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana” – quanta atualidade… É tão bonito ver pessoas idosas doando seu tempo e habilidades através, por exemplo, de suas paróquias, centros espíritas ou outros templos religiosos, bordando enxoval para bebês e panos de prato; fazendo companhia para doentes e pessoas abandonadas à própria sorte; ajudando no preparo e distribuição de comida para os moradores de rua… Eu mesma, através da paróquia que frequento, já tive oportunidade de atuar junto à Pastoral de Rua, às vezes doando alimentos e outras vezes, cozinhando para preparar as quentinhas a serem distribuídas pelas ruas. E, por muito tempo, também, fiz parte da Pastoral da Criança, levando alegria e carinho, mas também, orientação para as famílias de comunidades carentes. Há tanto a fazer… Estes são pequenos exemplos de doação e amor ao próximo. Nas palavras de Santo Agostinho, “Aquele que tem caridade no coração tem sempre qualquer coisa para dar.”.  Belo ensinamento! Mas, insisto: você não precisa ter uma religião para fazer o bem. Basta ter amor, empatia e disposição. Muito sábio, Dalai Lama ensina que “Orar não é o mais importante. Importante é praticar a caridade e o amor, mesmo para uma pessoa que não seja religiosa.”. Mas é preciso lembrar, também, que a caridade não deve ser usada para a vaidade… Não devemos usar a caridade ou nossos atos de boas ações para barganhar ou para autopromoção. Devemos fazer porque é o certo. Simples assim: queira o bem, plante o bem e o resto vem (e não fui eu que inventei isso, é pura sabedoria popular…). A verdadeira caridade é feita com o coração, naturalmente, sem olhar a quem, apenas pensando que se está ajudando a alguém que precisa. Não à toa que Carlos Drummond de Andrade dizia que “A caridade seria perfeita se não causasse satisfação em quem a pratica.”. Então, faço, aqui, minha ode ao amor, à empatia, à caridade… Façamos deste, um mundo melhor para todos! Ame ao próximo, faça o bem, ajude a quem precisa. Certa vez, o Papa Francisco, em 2015, por ocasião da celebração do Dia Mundial do Doente, disse “A caridade precisa de tempo. Tempo para cuidar dos doentes e tempo para os visitar. Tempo para estar junto deles.” E essa é a ideia: porque tempo todos nós temos para doar, é uma questão de querer e colocar em prática!

Autoria: Marcia Siqueira

Autores citados: Chico Xavier, Franz Kafka, Santo Agostinho, Dalai Lama, Carlos Drummond de Andrade, Papa Francisco