Santo Agostinho, no ano de 386, ano anterior a seu batismo (já com 33 anos), demonstra, ao longo de um diálogo orientado filosoficamente, que a verdadeira felicidade está apenas no conhecimento de Deus. O ser humano só pode ser feliz se tem o que quer, mas, por outro lado, como ensinamentos de Cícero, constata que ter o que se quer é diferente de ser feliz, pois nem sempre o ser humano deseja aquilo que é bom, podendo estar submisso à malícia da vontade. Ou seja, “a vida feliz consiste no perfeito conhecimento de Deus”. Mas, o que talvez chame especial atenção nesta obra sejam as visíveis referências às atividades especulativas, em especial à teoria, vista como “a atividade humana mais excelente da parte mais excelente do homem, retomando, assim, o sentido grego da vida contemplativa”. Entenda-se aqui o ser humano buscar, indagar, observar e contemplar sua existência como um todo e o seu próprio fundamento na determinação do sentido da vida e de seu fim último.