Por muito tempo, como a maioria das pessoas, me enganei sobre o sentido da vida. Supunha que dar sentido à vida envolvia focar, perseverar e me dedicar, de corpo e alma, a certas metas materiais, como sucesso na carreira profissional, sucesso financeiro, … Não que este foco esteja errado, mas isso tem a ver com metas, orientações, direcionamento, … Hoje, vejo o sentido da vida mais ligado a questões ontológicas, questões inerentes e internas. O sentido da vida está indissociável da essência de como ser –valores e princípios orientados da conduta individual. Quem me conhece bem sabe que não reclamo da vida. Não que seja rico ou que não passe por momentos difíceis, mas aprendi a olhar e entender que, com tanta gente com mais dificuldades, minha reclamação seria um deboche a depor contra mim. E aí está parte do sentido da minha vida – o desenvolvimento da empatia. Reconhecer e compreender a dor do próximo, tentando se colocar no seu lugar. Respeitar e amar o próximo passam pela empatia como um valor positivo e garantidor da humanidade no ser. Outra questão importante, quanto ao respeito às escolhas dos outros, envolve ser justo. Todos têm o direito de escolha e deve-se respeito as escolhas feitas pelos outros. Ressalvadas as situações de condutas proibidas por lei, as escolhas são lícitas (e devem trazer responsabilidade ao agente por suas consequências) cabendo respeitá-las, sem que se tenha direito de julgá-las. Posso discordar da escolha, pois não a faria, mas não posso julgar a opção de quem a fez. Da mesma forma, não devo usar dois pesos e duas medidas quando avalio a escolha do outro, pois importa mais o ato e que o autor. Sendo assim, você será justo. Não podemos ser injustos nem mesmo com quem nos magoou. A justiça é um valor importante que traz sentido à vida. Finalmente, devemos ser solidários. Se não se tem nada bom para dizer, cale; não diga nada. Se não pode fazer algo para ajudar, ao menos não atrapalhe. Se pode ajudar, com o mínimo que seja, o faça, pois atende, assim, o pressuposto da solidariedade que deveria caracterizar o humano bom. Isso é misericórdia. Acabamos entendendo, assim, que, empatia, justiça e misericórdia possibilitam o convívio pacífico – apesar da diversidade humana, o amor generalizado ao próximo, e a ação de construção de um mundo melhor – que deveria ser o foco da civilização. Quando entendemos esses três valores e os utilizamos como sentido para nossa vida, estamos verdadeiramente próximo dos ensinamentos budistas, cristãos, umbandistas, Kardecistas, pentecostais, humanistas,…., pois, na essência, pregam o amor, a justiça e a misericórdia como a base de tudo. Nunca seremos perfeitos, nunca deixaremos de cometer falhas, mas certamente estaremos dando à vida o sentido de atuar por um mundo superior com igualdade dos seres humanos. O sentido da vida está em sermos um dentro da diversidade própria da individualidade de cada um.