Toda vez que olho para representação social de um idoso em placas públicas, vejo uma pessoa de bengala e curvada, como se fosse corcunda. Não sei você, mas eu conheço muitas pessoas com mais de sessenta e cinco anos que estão em plena forma. Muito melhor do que muitos de trinta anos. A modernidade trouxe consigo uma melhor longevidade, e com isso, uma melhor qualidade de vida para quem já pensa em se aposentar. Não que isso seja necessário logo que se completam todos os requisitos da aposentadoria. Tem muita gente que continua na ativa. Alguns por se sentirem mais úteis trabalhando do que em casa vendo televisão, outros por serem responsáveis pela maior parte da renda familiar. Fora que, na hora de receber o dinheiro da aposentadoria, verifica-se que o padrão de vida já não pode ser mais o mesmo. Aí entra um detalhe muito importante, se o indivíduo não se cuidou durante a vida inteira, ou se por genética algum mal lhe acometeu na área da saúde, esse dinheiro pode nem dar para comprar os seus remédios. E ainda tem os planos de saúde que passam a cobrar quase um fígado por pessoa com mais de 65 anos. Paro para pensar em outra coisa quando vejo esses dados. Ser idoso é estar na melhor idade? O que é melhor para você: ser jovem e destemido ou ser velho e ter que ser cuidado o tempo todo? Não podemos generalizar, como disse no início, ainda que ter uma idade avançada não queira dizer muita coisa, mas o corpo, querendo ou não, vai começar a falhar. E nem todos se preparam para isso. Não cuidam da sua qualidade de vida, não cuidam da sua saúde financeira, não se programam para essa fase da vida e, quando chega a hora, ficam perdidos e desiludidos. Não seja o filho que deixa a responsabilidade da sua prole com seus pais e nem seja os pais que, só porque se aposentaram, tornam-se babás de netos. Um idoso precisa de atenção sim, mas também continua precisando de planos, aventuras e uma vida sexual ativa. Por isso, se respeite e continue vivendo, ou, respeite e deixe os mais velhos vivendo sua liberdade.