Para John Berger ― assim como para Walter Benjamin, Susan Sontag e Roland Barthes ―, a fotografia era uma área de interesse especial, mas não uma especialidade. Eles a abordaram não com a autoridade de curadores ou de historiadores, mas como ensaístas. Para entender uma fotografia reúne 24 ensaios de Berger, organizados cronologicamente e escritos ao longo de mais de quarenta anos. O autor se vale de literatura, filosofia, psicanálise e metafísica para tratar de fotógrafos como Henri Cartier-Bresson, André Kertész e Sebastião Salgado. Berger também se dedica a refletir sobre o lugar da fotografia entre as belas-artes, reler criticamente a obra de Sontag ou enfrentar o dilema que ronda a veiculação de imagens de violência. Para entender uma fotografia foi organizado por Geoff Dyer, também autor de uma introdução em que explica: “À medida que Berger examina fotografias e delas extrai histórias ― tanto as que revela como as que ficam ocultas ―, o papel de crítico e questionador de imagens dá lugar à vocação e ao abraço do contador de histórias”.