“A melhor coisa sobre uma fotografia, é que ela não muda mesmo quando as pessoas mudam.” (Andy Warhol)
Tenho poucas fotos de criança e adolescente. Minha mãe, na época, não tinha condições para ter uma máquina fotográfica, assim como várias outras mães. As poucas fotografias que tenho são de patroas da minha mãe ou amigos que tiraram e nos deram. Assim que tivemos chance de tirar nossas próprias fotos começamos a acumular álbuns fotográficos. Hoje, ao revê-los, me emociono com algumas lembranças de situações e de pessoas queridas que já não se encontram aqui. Percebo, dessa forma, a importância de se gravar, não só na memória, os momentos de alegria e encontros com nossos entes queridos. Agora, com a facilidade do celular, tiro foto de tudo e de todos. Nunca mais comprei porta-retratos e álbuns. Posto em redes sociais, mas não para me exibir, na maioria das vezes é claro, mas para compartilhar que a vida acontece e que devemos aproveitá-la o máximo possível. Com isso, inspiro amigos e familiares a conhecerem lugares novos, a ousar fazer coisas diferentes e a se gostarem como são. Nessa época em que vivemos, a imagem é supervalorizada, trazendo um nível de perfeição para que a aceitação seja a maior possível. Só que a vida real é um misto de diversidade que está se perdendo com as harmonizações. Todos e tudo estão com a mesma aparência, com medo de errar e passarem despercebidos. Fico com saudade dos momentos de descontração, fotos naturais sem filtros e identidades nitidamente marcadas. Já pensei em fazer um curso de fotografia só para captar a vida acontecendo de forma corriqueira. Gravar no tempo e espaço a estranha maneira de ser normal.