“Nada mais gostoso do que um dia na casa da vovó” (Marcia Siqueira)
Nesta semana em que se comemora o Dia da Avó, minhas lembranças percorrem um longo caminho, até a minha infância, quando, após a escola, íamos (eu e meus irmãos) para a casa da nossa avó materna, passar as tardes, enquanto nossa mãe trabalhava. Era sempre muito bom! Nunca faltava alegria, brincadeiras, guloseimas e muito carinho. Minha avó, que também era minha madrinha, perdeu um filho de 20 e poucos anos e minha mãe sempre dizia que nossa presença era um sopro de vida e de esperança para ela. Meu avô também já havia partido, então, nossa presença enchia o coração dela de amor e conforto. Era uma troca maravilhosa! Minha vó era doce, sorridente e dona de lindos olhos azuis, quase transparentes. Eu cresci, mas sempre estivemos muito próximas. Fiquei muito triste quando, prestes a parir meu primeiro filho, dando a ela mais um bisneto, ela faleceu sem conhece-lo. Foi muito difícil para mim, mas assim como nós erámos uma renovação para ela, meu filho me encheu de vida e alegria! E ficaram só lembranças boas e muitas histórias para contar. Minha mãe se tornou avó, de igual doçura e com o mesmo amor… Meus filhos, hoje já crescidos, são loucos por ela – carinho, respeito e muito amor. E eles tiveram e tem o privilégio de conviver com a avó e o avô até hoje. E agora, mais velhos, somos nós que cuidamos deles, com o mesmo carinho que recebemos a vida toda! Esse é o ciclo da vida! E, desta vez, sou eu que espero, ansiosamente, a minha vez de ser avó, de acalentar meu neto ou minha neta (quem sabe dois ou três!), cantar para ele ou ela dormir e ajudar, sempre que possível, meus filhos e noras no dia a dia. Eu escuto muito algumas mulheres dizendo que ser avó é muito melhor do que ser mãe, porque não se tem as responsabilidades; só as alegrias. Não sei se concordo com isso… Dificil imaginar um amor maior do que aquele que sinto pelos meus filhos. Também penso que, se por um lado não se tem a responsabilidade, temos que ter o cuidado de não interferir na educação dos netos. Não acho que avó pode “estragar” as crianças. Então, sigo com esse desejo que, diga-se de passagem, pode ou não se realizar. Eu fiz a minha escolha de ter filhos. Aliás, desde menina eu já sabia que queria tê-los e não abriria mão disso! Que meus filhos façam as escolhas deles e eu estarei sempre por perto, para apoiar.