A vida pode ser um deserto ou um oásis, dependendo de como seu comportamento a molde. Ainda, que haja um oásis, por vezes, haverá problemas que podem ter origem em fatos ou atos sob seu controle, ou não. Se sobre eles tinha controle, você arca com as consequências por responsabilidade; se não tinha, há que saber conviver com eles. Essa situação óbvia já era tratada pelos estoicos muito antes de Cristo. Certamente, uma das formas de uma vida menos desértica está na construção de boas amizades. Não direi aqui em amizades desinteressadas, pois sempre que nos aproximamos de alguém há algum interesse. A questão ética é o segredo. Trata-se de um interesse legítimo? Me aproximo pela inteligência que me trará conhecimento? Buco a companhia que me trará convívio agradável? Ou, na verdade, foco em vantagens egoísticas pela condição do outro? Por isso, um dos meios de prova da amizade são as infelicidades ou reveses, quando os amigos ficam e os outros desaparecem. Mas não basta a aproximação e a denominação da relação. Amizade exige um dinamismo sentimental muito peculiar. Há que se manter o outro cativo, na forma bem expressa no clássico Pequeno Príncipe – talvez a obra moderna mais importante sobre amizade. Pena que o livro tenha sido debilitado por sua citação nos concursos de beleza. Aquele menino nas relações estabelecidas com a raposa e a rosa ensinam tudo. Outro dia, resolvi reler o livro e percebi que, a cada vez, novas reflexões e pontos de vista se apresentam. Ali encontramos a melhor forma de olhar, o caminho para e a responsabilidade por cativar, a dedicação que faz tudo ser importante, e o quanto somos modificados, muito ou pouco, por todos que encontramos. Está tudo ali! Preciso buscar o amigo com os olhos do coração. Então, cativá-lo pela sinceridade e bem querer, cuidando dele e da relação de amizade; fazendo importante essa relação para minha pessoa antes dos meus interesses. Já não esperarei mais nada em troca. As não posso esquecer que nessa busca da amizade, estarei sempre encontrando quem quero e quem não quero, e as razões de querer, ou não, certamente trarão mudanças em mim. Esse amor verdadeiro de amigo eu provo sempre em um teste baseado numa frase mágica: “O amor não consiste em olhar um para o outro, mas sim em olhar juntos para a mesma direção.” (Antoine de Saint-Exupéry). Estou sempre na ajuda e torcida dos amigos em suas metas e sonhos.