UMA GUERRA LONGA, COM MUITAS BATALHAS VENCIDAS E POR VENCER
“Quando o preconceito é ainda mais cruel do que a doença.” (Márcia Siqueira)
Desde a sua descoberta, há 40 anos atrás, até os dias atuais, a AIDS ainda carrega estigmas e preconceitos. Isto porque os primeiros casos relatados vieram de um pequeno grupo de jovens gays. Desde então, milhões de vidas foram perdidas, inúmeras descobertas foram feitas, grupos de risco definidos, origem detectada, tratamentos definidos, mas, infelizmente, ainda não temos a cura. Pacientes com HIV/AIDS, nos anos 80, recebiam uma sentença de morte. Hoje, com a medicação e cuidados adequados, sobrevivem à doença, com qualidade de vida. O caminho percorrido foi longo e doloroso. Mas ainda há muito por fazer – o estigma permanece. Vale lembrar com muito carinho e gratidão, pessoas públicas e desconhecidas que se engajaram nesta missão; alguns por puro altruísmo e outros muitos, infectados, em busca de empatia e aceitação. Esses movimentos foram muito importantes para mudar a percepção da opinião pública, trazendo conhecimento de pessoas infectadas por seringas e agulhas, por exemplo. Impossível não lembrar da princesa Diana, visitando pacientes em hospitais, estendendo-lhes a mão e abraçando-os sem luvas. E também a estrela do basquete americano “Magic” Johnson, que assumiu publicamente o diagnóstico, mostrando ao mundo que a doença poderia afetar a qualquer um. Em tempos mais recentes, aqui no Brasil, Cazuza, ao lado de sua incansável mãe (Lucinha Araújo), mesmo sem querer, se tornou um símbolo da luta contra a AIDS e contra o preconceito, sem falar na Sociedade Viva Cazuza que, por mais de 30 anos, deu apoio a pacientes com HIV. Então, enquanto os médicos e cientistas fazem a parte que lhes compete, em busca da cura e novos medicamentos, façamos nós a nossa parte, também, estendendo a mão e o abraço a quem precisa. Carinho e informação. É tudo que precisamos. E isto, na verdade, vale para tudo na vida. Mas, em homenagem ao Dia Mundial de Combate à AIDS, comemorado no dia 1º de dezembro, dedico este breve texto a todos aqueles que perderam a vida acometidos pela doença, aos cientistas dedicados a encontrar cura e medicamentos, às pessoas contaminadas pelo vírus do HIV que lutam contra a doença e o preconceito e ao restante de nós, engajados nesta batalha. A AIDS trouxe, como um efeito colateral, a solidão, que é tão dolorosa quanto à doença, ou até mais. Para a doença temos remédios e tratamentos. Para a solidão advinda do preconceito, que ela ainda gera, só podemos contar com a humanidade que existe dentro de nós. Saúde, vida longa e confortável, com empatia e amor, afinal, isso é o mínimo que se pode pedir e esperar! E, para finalizar, lembro as palavras do pop star Elton John, que tem uma fundação de apoio aos portadores de HIV, e que sintetiza tudo isso muito bem: “Até o dia em que eu morrer, eu estarei lutando pelos direitos das pessoas. É o mínimo que eu posso fazer porque tenho tido muita sorte na minha vida.”. Então, que cada um faça a sua parte, dentro das suas possibilidades, porque o todo é feito de pequenas partes…
O ser humano precisa evoluir muito para deixar de ser preconceituoso…e assumir compaixão como dever Evolutivo
Pois, é, Waldir! É a tal da empatia que devemos praticar todos os dias…