“Entre a vida e a morte, lá estão elas, as plantas!” (Leonardo Campos)
Todo mundo sabe que as plantas estavam aqui antes de nós. Elas sofreram, por milhares de anos, várias adaptações: de fitoplânctons nos mares, passando por pequenos musgos sem vascularização; de plantas maiores com caules e sistema de transporte de seivas até chegarem na produção de sementes e, por fim, apresentarem flores e frutos para uma melhor dispersão de seus genes. Elas habitam terra, mar e rochas. São pioneiras na sucessão ecológica, chegando antes e transformando o solo, até então inabitável, em um oásis. Servem como base na pirâmide da cadeia alimentar. Transformam luz solar em reserva de energia para todos os seres vivos e, ainda, proporcionam ar puro para a vida sustentável nesse planeta. Nascem, se desenvolvem, se reproduzem e morrem. Se comunicam e se alimentam. Vivem em harmonia, sozinhas ou em coletivo. Achou muita coisa para um matinho de nada, que teima em crescer em qualquer lugar? Pois saiba que, além disso tudo, nesse processo de evolução, elas passaram a produzir moléculas que definem a saúde e a doença da nossa espécie, entre tantas outras que dividem esse espaço pela vida. Dependendo da dose, e do uso, de uma raiz, uma folha ou uma flor, podemos ter um remédio ou um veneno mortal. Na nossa história, passamos a identificar essa linha tênue com observação e cautela. Os nossos antepassados, como por exemplo os índios, descobriram, com sua intuição e percepção do comportamento animal, ao se utilizarem das plantas, as que faziam bem e as que faziam mal. Continuamos, assim, aprimorando nossa transmissão de conhecimento por gerações. Um médico chamado Edward Bach usou sua intuição para manusear os florais, feitos de flores específicas para tratar a saúde emocional e espiritual de seus pacientes. Os egípcios já sabiam que, se manipulassem os óleos de determinadas plantas, poderiam curar doenças e mudar humores. A prática da fitoterapia, onde se usam ervas para a manutenção da saúde, já era aplicada antes da escrita. Hoje, o que antes se buscava na floresta está virando gotas e comprimidos. A sabedoria contida no DNA de anos de evolução está se transformando em produtos sintéticos, para abastecer um mercado ávido pelo consumo e cada vez mais doente e dependente de farmácias. Nossa espécie se esqueceu de olhar para a natureza e perceber que o que ela nos oferece é uma troca. Ar, comida e saúde por cuidado e carinho. É só isso! Uma troca justa, não acha? Pois é, e o que você faz por essa causa? Como você cuida da natureza? Ainda estamos em evolução, assim como as plantas. Se essa simbiose sofrer uma ruptura, a vida, como a conhecemos, vai acabar. O que ainda podemos aprender com esses seres de tão perfeito equilíbrio? Eu não sei, mas gostaria de estar vivo para saber e ver as maravilhas que elas ainda têm para nos oferecer. E você, quer continuar correndo para a farmácia ou procurar no seu quintal a cura para seus males? Dou-lhe uma, dou-lhe duas … Seja consciente e cuide da natureza. Ela te retribui sempre.