“Ideal seria que todas as pessoas soubessem amar o tanto que sabem fingir.” (Bob Marley)
O medo de se comprometer e de viver um relacionamento estável com outra pessoa está destruindo vidas. Construir muros para supostamente se proteger não é o caminho. Você se protege do outro, que magoa, porque não tem intenção de ficar, mas não protege a si mesmo. Isolar-se faz qualquer um enfrentar seus monstros internos sozinho. E sozinho, não se consegue nada. É verdade, se envolver com a pessoa errada dói, machuca, sangra, porém, nos faz crescer e nos torna melhores para a próxima tentativa. Porque viver é isso, amadurecer. Um constante rasgar-se e remendar-se. Precisamos aprender que viver não é fácil, independentemente de ter um relacionamento errado, ou não. Vai doer! E essa dor faz parte do trajeto, pois temos que crescer. E se não doer, você não viveu plenamente, não amadureceu e não se tornou um ser humano melhor. Viver uma vida egoísta, narcisista e hedonista só traz prazeres momentâneos, sem constância, sem solidez, sem profundidade. O que se tem são, apenas, cinco ou quinze segundos de gozo e êxtase, e, depois, o vazio, tristeza e medo de novo. E, mesmo assim, para piorar, continua buscando outros parceiros. Aí, mais gozo e prazer que acabam em segundos. Depois outro, e outro… Vira um círculo vicioso. Sentir prazer vicia, como qualquer outra dependência química. Neste passo, constrói-se a famigerada lista de “contatinhos” e nenhum comprometimento. Não aprende a ter empatia, a somar e a ceder, porque está acostumado a ficar sozinho. E isso vai, provavelmente, refletir no círculo social. Vivendo assim, a dor é maior. O travesseiro usado para sufocar as lágrimas e o grito de todas as noites sabe bem disso. E não raro, esses narcisistas, egoístas e hedonistas, buscam mais prazer nas coisas externas e não vivem o que é essencial. Pode-se negar e mentir a dor da solidão para os outros, dizendo que está tudo bem e que gosta de ficar sozinho, mas, para a alma, não dá para mentir. O coração vai sangrar e acabará morrendo sufocado no próprio sangue. Na verdade, não se está vivendo, e, sim, sobrevivendo. Não caia neste engano de viver só, porque virou moda. Até porque, provavelmente, você é como a maioria das pessoas. O ser humano não nasceu para viver sozinho. Esse existir sozinho é uma farsa. Alguns sabem a dor que estão sentindo, entendem que querem mudança, mas não sabem por onde começar, porque têm medo… Medo de se comprometer e construir uma vida junto com outra pessoa. Lá no fundo, todo mundo quer alguém que não desista da gente. Também não quero dizer que o outro tem que estar acima de tudo na sua vida. Isto também pode ser um erro. É preciso cautela. Tem que se amar muito antes de qualquer coisa. E depois, não deixe que ninguém lhe dê menos do que você merece. Não diga que o amor dói, porque o que dói é se relacionar com a pessoa errada. Se ame, se cuide e se valorize. E isso tudo implica na construção de relacionamento, se comprometendo e vivendo, de fato, uma vida de superação, todos os dias, com a pessoa que você escolheu para estar ao seu lado. Mas, para saber se essa pessoa é a certa, que tem muitos defeitos tal como você, só será possível descobrir se comprometendo e vivendo essa experiência juntos. Não será fácil. Mas quem disse que viver é fácil? No entanto, entenda que, um ajudando o outro, torna a vida menos dolorida para enfrentar os percalços que aparecerem. Saiba dividir, saiba ceder, saiba somar, saiba multiplicar, saiba estar sempre ao lado, dar e receber carinho, expressar o que sente, ouvir o outro, respeitar os espaços. Saiba também que haverá momentos de isolamento de ambas as partes. Saiba entender isso tudo e seguir em frente. E juntos, sem nenhuma pretensão, ensinem as gerações seguintes que é possível se comprometer e unir duas vidas por amor. Porque é urgente amar!