A princípio, esta obra poderia passar como uma história ficcional, mostrando uma trama complexa, que se passa nas areias árabes, envolvendo um grupo de personagens, cujas trajetórias acabam direcionadas em razão de um misterioso alforje. Em segundo plano, seria chamativa a capacidade de criação da autora quanto à gama de personagens, como, por exemplo, uma noiva que viaja para encontrar o futuro marido, um padre em peregrinação, um beduíno de alma livre e uma escrava falacha. Mas, o fantástico desta obra é subliminar. A trama é contada e recontada por cada personagem, a partir de sua visão e participação na trama. Bahiyyih Nakhjavani, essa imperdível escritora iraniana, demonstra que as verdades de cada um são as verdades do que vê e vive. Portanto, o mesmo fato pode ser interpretado das mais diversas maneiras e gerar os mais diversos pontos de vista, de acordo com o contato que as pessoas tenham com ele.