“A fragilidade dos vínculos humanos é um atributo proeminente, talvez definidor da vida líquido-moderna.” (Zygmunt Bauman)
Sentado de frente para minha Homeopata, escutei uma pergunta que abalou um pouco esse escorpiano aqui: “Qual é a sua fragilidade?”. Isso me tirou do eixo, pois uma pessoa como eu, auto suficiente, mostrar alguma fragilidade é sinal de fraqueza. Minha cabeça bugou na hora e eu ouvi lá no fundo: “E qual é o problema de ser frágil?”. Nessa hora percebi que o que eu acho meu ponto forte, a auto suficiência, era o meu calcanhar de Aquiles. Me vi naquele exato momento como um pé de Eucalipto. Eu estava rígido, com raízes fincadas no solo, tronco duro e uma copa perfeita. Exalando aroma para todos que passam perto e fornecendo sombra para os cansados do caminho duro da vida. Só que percebi que qualquer desestabilidade, como uma ventania, esse mesmo pé de Eucalipto é derrubado com facilidade. Tive um insight no mesmo momento me mostrando que o bambuzal, de outra forma, balança ao sabor do vento, com suas varetas finas e aparentemente frágeis, e não quebra facilmente. Me senti como um tronco de Eucalipto, forte por fora, mas frágil por dentro como um bambuzal. Perceber que meu ponto forte é ao mesmo tempo meu ponto fraco me deixou mais forte ainda. Confuso? Pode ser, mas para mim minhas raízes estão mais preparadas para qualquer ventania que queira me tirar do eixo com essa informação. E você, está preparado para encarar sua fragilidade exposta?