“A cultura está acima da diferença da condição social.” (Confúcio)
O continente Europeu por muito tempo se tornou o centro da terra. Dali se partiu várias expedições com a intenção de fazer comércio e encontrar terras para explorar. Com o novo contato com povos desconhecidos eles passaram a identificá-los como povos primitivos e sem cultura. A etiqueta, o conhecimento científico e a hierarquia política eram sinônimo de evolução para eles. Encontrar indivíduos que não seguiam os mesmos costumes era inaceitável. Levou muito tempo para entenderem que, por mais diferentes que sejam os hábitos, cada povo tem sua forma particular de expressar a sua cultura, seja ela religiosa ou comportamental. Até hoje, na modernidade, essa visão desrespeitosa ainda impera nas civilizações mais tecnológicas. Quem não vive no asfalto, não mora em edifícios gigantescos, não vai ao shopping todo fim de semana e nem frequenta grandes salas de concertos, aulas e exposições é considerado sem cultura. Plantar, caçar, criar animais, ter rituais fúnebres e religiosos também são formas de se ter cultura. A forma que cada sociedade tem de se relacionar e passar seu conhecimento aos seus descendentes é peculiar e particular. Devemos respeitar a diversidade cultural e entender que nenhuma cultura é mais soberana que a outra. A forma que eu amarro o meu cabelo não interfere na forma que o outro faz com o dele. Precisamos aprender e somar com essas diferenças e não rejeitar o diferente. Quem pode garantir que somos mais evoluídos que outros apenas por possuirmos hábitos diferentes? Acredito que sou menos evoluído na frente desse computador que um indígena olhando para o céu tendo a certeza que vai chover.