O relógio despertou! São 5 horas da matina. Pulo da cama e corro para o banho; de lá já saio preocupado, pois não deixei nada separado na véspera. Que roupa vou? O que tenho que levar? Não lembro se deixei o lanche pronto. Uma manga de camisa vestida e me dou conta de que ainda é domingo. Não é dia de trabalho para mim. Já sei que não conseguirei dormir novamente com aquela claridade que invade o quarto nessa manhã de verão. Será um domingo mais longo, mesmo porque estou só. Todos estão envolvidos com viagens, cursos, festas, e…, eu sobrei. Vai dando aquela ansiedade e o humor começa a mudar. Bem, o que resta, senão tomar o café? Na cozinha percebo que há pouco café na jarra e falta pão. Não quero sair para ir à padaria. Aliás, naquele horário, sequer abriu. Resolvo fazer café, mas a jarra despenca e se parte em mil pedaços; o pouco café nela contido foi capaz de sujar com satisfação o chão da cozinha, respingando para o acesso à sala. O chão é uma borra de café com cacos de vidro brilhantes à luz intrometida do sol nascente. O que mais poderia dar errado? Talvez a praia possa ajudar. Quem sabe as águas de Iemanjá levem a urucubaca? Mas, pela varanda, vejo umas nuvens cinzas que se aproximam rápido e sinto um vento de chuva. Só me pergunto por que acordei. Poderia ser um urso e estar hibernando, neste exato momento. Começo a pensar nas opções! Decido sentar e esperar a missa televisionada; uma boa missa pode melhorar o dia. Ok. Mas o sinal da TV está interrompido – manutenção da fibra ótica. No domingo? Estão de brincadeira. O bom humor já sumiu. Uma certa ira me toma. Mas quando vou começar a reclamar com as paredes, respiro fundo. O mau humor não mudará nada. Pelo contrário, irado, estarei desatento e farei besteira. Me conheço. Era isso que tinha para hoje? Fazer o que? Vou caminhar, pois isso é o que tenho para fazer. Decido sair pela rua e quem sabe tomar café na padaria próxima. Mas, atento, pois, em um dia assim, só me faltam topadas e quedas. Andando pela calçada passo pelo restaurante italiano, cruzo o jardim da loja de plantas e flores, e chego ao prédio da padaria. Escolho uma mesa ao ar livre e me sento. Tanto a cadeira quanto a mesa estão desniveladas. É hoje! A atendente, chega, diz um sorridente bom dia e me chama pelo nome. Ah se ela soubesse como começou meu dia? Retribuo o sorriso e peço um café básico. Ela parte para o interior do estabelecimento. Olho ao redor e meu olhar cruza com outro. Interessante! A operação se repete. Os olhares deixam de ser uma casualidade e passam a demonstrar interesse e temporalidade. A atendente volta e peço que reveja meu pedido para um café completo. Agora quero ficar mais tempo ali; sentado, olhando, … Vamos ver no que vai dar. Já não lembro dos fatos ruins do começo da manhã, mas me foco nas possibilidades boas de um encontro. O que começa mal pode terminar bem. Por isso, mantenha o bom humor, seu riso pode ser essencial à conquista de uma nova pessoa. As possibilidades da vida são múltiplas e dependem de você… e de seu bom humor.