DO QUE RIEM AS PESSOAS INTELIGENTES? UMA PEQUENA FILOSOFIA DO HUMOR
Em “Do que riem as pessoas inteligentes?”, Manfred Geier resgata o prazer da comicidade no pensamento filosófico ocidental. Passando pela Antiguidade clássica, Kant, Platão, Aristóteles e até por Karl Valentin – que potencializou o espanto filosófico diante do riso – Geier integra o humor ao pensamento acadêmico de forma hilária e divertida. Durante séculos, o riso, a pilhéria e a zombaria foram considerados obstáculos no caminho da iluminação filosófica. Coisa do diabo, uma careta que desfigura o ser humano e o aproxima dos macacos, a gargalhada era, ainda, sinal de vulgaridade e pouca educação. O chiste, algo a se evitar a todo custo. O humor não teria, então, lugar na filosofia? Não existiriam pessoas inteligentes adeptas da manifestação externa da alegria humana? O filósofo e filólogo Manfred Geier mostra que, apesar do expurgo do sisudo Platão e de seus incontáveis sucessores na filosofia acadêmica, o riso encontrou seu lugar na verdade filosófica. Rir é algo vital para a condição humana, mas raramente o humor é escolhido como tema de pesquisa histórica séria. Aqui, o autor examina o assunto corno uma chave para a compreensão de culturas, religiões, grupos sociais e profissionais, além de colocá-lo no centro da história cultural e social do homem. “Do que riem as pessoas inteligentes” conta urna deliciosa história do humor na filosofia ao traçar a trajetória do riso na sociedade ocidental. Mostra, ainda, do que pensadores como Rabelais, Kant e Schopenhauer riram em suas respectivas épocas. Geier contrapõe os ideais platonianos às ideias do sorridente Demócrito. Recapitula suas crenças e descreve o que os grandes filósofos pensam sobre o humor. Explica por que Platão estudou a ideia do ridículo, mas não a achou engraçada. E porque a natureza humana se define não apenas por saber rir; mas também por estar condenada a ser ela própria motivo de riso.