VIOLÊNCIA ESCOLAR: VERSO E REVERSO DAS SOCIABILIDADES CONTEMPORÂNEAS
.A violência escolar não é um fenômeno novo. Desde o século XIX há relatos deste acontecimento. No entanto, a sua ocorrência na contemporaneidade toma contornos específicos que nos remetem ao questionamento de como se apresenta o encontro e o desencontro entre professores e alunos na sala de aula. Considerando a violência escolar na sua ambiguidade, isto é, constitutiva do ato educativo, por meio das limitações que a vivência coletiva impõem, mas também as formas destrutivas que esta pode adquirir, podemos considerar que esta pode ser praticada tanto por professores quanto por alunos. Mas a violência escolar apresenta múltiplas faces. Depredações do patrimônio, tráfico de drogas, roubos, descaso do poder público podem ser algumas das formas de sua revelação. Neste livro, procuramos enfatizar as incivilidades enquanto manifestações ‘invisíveis’, ‘miúdas’ ou ‘ocultas’ da violência escolar. Trata-se de questões do cotidiano da escola, as relações entre professores e alunos, os conflitos entre a escola e a família e da instituição escolar com a sociedade na qual está inserida, ocasiões estas que acabam por corroer a relação de confiança que todo processo educativo exige. Além da ênfase pouco comum nas incivilidades escolares que o presente livro aborda, há nele o diálogo entre autores de diversas áreas do conhecimento como Sociologia, História e Filosofia, permitindo uma nova leitura, interdisciplinar, sobre o fenômeno da violência escolar. Desta forma, embora voltado para a interlocução com professores e alunos, “Violência escolar: verso e reverso das sociabilidades contemporâneas” não se restringe a estes, podendo ser lido por todos aqueles interessados em compreender melhor a complexidade da realidade escolar brasileira contemporânea, com o rigor conceitual e consistência teórica que o trabalho acadêmico exige, mas com a linguagem fluente que o texto apresenta.