“A mim todos os direitos e nenhum dever.” (Patriota Cidadão de Bem)
Estamos vivendo em tempos onde todos os direitos são cobrados. Filhos cobrando direito de herança, com pais ainda vivos, cônjuges cobrando direitos de separação, sem ainda terem entrado com o pedido de divorcio, patriotas exigindo seus direitos, sem ao menos saberem quais são. E no fim disso tudo acabamos percebendo que quase nunca se fala de deveres. Quais são os deveres de um filho para com seus pais? Como eles podem ajudar a preservar, ou até mesmo melhorar, os empreendimentos da família? Afinal, serão deles um dia. Mas a real intenção é gastar tudo enquanto podem sem se importar com o quanto de suor tudo aquilo foi conquistado. E o que dirá dos casais que conquistam um patrimônio juntos, cada um com seu limite de contribuição, mas brigam por causa de um quadro, um tapete, ou até mesmo por uma panela quando estão de birra um com o outro. Agora, falar de patriota é um problema. Esses sim, não sabem seus direitos, mas acreditam que têm todos aqueles que passam pela cabeça deles. E tem um detalhe importante, esses direitos, e quaisquer outros, só valem para eles. Como se existisse um clubinho, de troca de mensagens, esse aí mesmo que você está pensando, onde só os participantes têm direitos vips. Mas, se for levantar o tapete de cada um, tem é coisa debaixo: sonegação de impostos, contas a pagar, processos dos mais variados, e por aí vai. Na cabeça deles o ditado é o seguinte: a mim todos os direitos e nenhum dever. Só que a coisa pode mudar, assim espero. Por isso, prefiro o cidadão, não aquele de bem, que faz parte do mesmo clubinho dos patriotas, mas aquele que cumpre com seus deveres para depois sim reivindicar seus direitos. Se andarmos direitinhos, como manda a lei, que serve para moderar o convívio em comunidade e na democracia, vamos conseguir prosperar, não como na promessa da igreja, mas como em forma de abundância na saúde, educação e cultura.