“As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.” (Gloria Hurtado)
Aprendi, e muitas vezes a duras penas, que nada é para sempre. Devemos estar prontos não somente para a mudança, mas gratos pelo que foi vivido e pelo que foi aprendido e apreendido. Nossa necessidade de uma segurança eterna só nos leva à frustração e, por vezes, a um saudosismo angustiante e frustrante. As pessoas passam, as atividades profissionais mudam, as moradias se tornam outras e os amores eternos o são pelo período que duram, como dizia o poetinha. As etapas iniciam e findam. Nem sempre é fácil, seja o começo ou seja o término – ou ambos. Mas o tempo mostra que tudo tinha que ter tido aquele começo e aquele fim, para uma nova etapa, que também findará. Quantas vezes não lutamos contra e depois nos arrependemos, pois, a etapa era necessária e temporal? Aprender isso, me possibilitou evoluir, entender, compreender, me adaptar, e, sobretudo, me reinventar. Houve momentos bons e ruins, alegres e tristes, doídos e prazerosos, …, mas eles ficaram onde deviam ficar. Me cabe buscar nas novas etapas felicidade, prazer, satisfação, …, mas isso não significa que deva estar despreparado para a tristeza, a dor, a frustração, pois elas advirão. A vida é assim. Altos e baixos. Tenho tentado em cada nova etapa viver no equilíbrio, na serenidade para os sucessos e reveses. Em um gráfico matemático, busco as curvas normais e não os picos. Tudo que não quero é a instabilidade, seja nas relações, na vida profissional, em família, … O caminho é escrito por mim, mas sei que a vida me trará buracos, retornos, atalhos, e todo tipo de coisa que fuja a meu planejamento. Que droga! Todavia, isso é a vida. A filosofia me ensinou muito a como conduzir e lidar com isso. “Quando é óbvio que os objetivos não podem ser alcançados, não ajuste as metas, ajuste as etapas da ação.” (Confúcio) Não reclamo de nada, reencaminho. Não posso perder tempo, pois a vida é curta. Se ontem sonhava em ter 14 anos, para assistir determinados filmes, hoje, aos 55 anos, sei que metade da minha existência já rolou. 55 são os anos que não tenho mais. Portanto, o que posso dizer: se conheça e estabeleça para si um adjetivo que lhe permita viver bem pelo tempo que falta, independente das surpresas da vida e da frustração de seu planejamento. Minha antiga terapeuta, certo dia, me qualificou, e percebi que ela leu exatamente o adjetivo que me dei ao longo da vida: “perseverante”. Sempre que a vida me chutou, eu disse para mim mesmo: “- Levante! Junte as forças! Vai lá, dá o troco! Mostre que no final você conseguiu!” E, assim, fui sempre levando. Há cicatrizes, mas não carrego comigo arrependimentos. Minhas imperfeições e virtudes me compõem e minha persistência me leva. Quanto tempo tenho? Não sei. Meus planos serão alterados pela vida? Sem dúvida. Mas, eu estarei no caminho e sempre resoluto. Um novo ano, uma nova idade, novas etapas, … e eu perseverando.