“Infringir a tradição também é uma tradição”. (Alexandre Blok)
Quando eu penso em tradição, automaticamente, vem na minha cabeça coisas relacionadas a família. Costumes e valores passados de geração para geração. Só que parando um pouco e pensando em algo macro eu vejo como é importante a transferência de conhecimento através das tradições. Elas não podem ser engessadas, ou seja, sem a possibilidade de se atualizar, mas devem seguir um caminho de constante evolução. Até porque, ao seguir o fluxo do tempo, as pessoas se relacionam com diferentes tradições e acabam incorporando algumas delas às próprias. Isso acaba se transformando em uma nova tradição. Considero essa forma de comportamento saudável. Não me vejo seguindo uma única tradição e de forma que eu não possa questionar. No fim do ano é que algumas práticas se tornam mais aparentes. Tenho amigos católicos que seguem o advento e só colocam o menino Jesus na manjedoura do presépio apenas no dia 24 de dezembro. Essa é uma tradição das famílias mais religiosas. Para quem não tem tempo ou que sabe que pode esquecer de colocar o baby Jesus na sua caminha no dia certo, o coloca logo nos primeiros dias de arrumação da casa para o natal. Esse é um hábito que foge a tradição mas que não a compromete. Sou desses; prático. Brincadeiras a parte, me preocupo com a nova geração deste milênio. Não encontro sinais de tradições entre gerações. Alguns simplesmente ignoram os costumes da família e fazem suas próprias tradições, baseadas em um mundo volátil. Espero que eles não apaguem da história todo o conhecimento, ou lendas urbanas, criadas pelos seus antepassados, e que apenas as deixem com um novo formato. Afinal, é além das aptidões e das qualidades herdadas, que a tradição faz de nós aquilo que somos (Albert Einstein).