“Na falta de perdão, abre-te ao esquecimento.” (Alfred de Musset)
Você já precisou pedir perdão alguma vez na vida? Foi de coração ou apenas para reparar algo do que você se arrependeu de dizer ou fazer? Pergunto isso porque o que mais vejo são pedidos de perdão sem um mínimo de sinceridade. O sentimento de perdão, assim como o amor, virou banalidade ao ser dito. Não se pensa mais na real intenção de dizer algo desse tipo para o outro. William Shakespeare foi um sábio quando disse que nada encoraja tanto o pecador como o perdão. O pedido de perdão é diferente do pedido de desculpa, pois ao se pedir perdão espera-se que haja uma mudança de sentimento ou atitude em relação ao que foi dito ou feito. Fora que pedir perdão é uma coisa, perdoar é outra. Uma vez li um livro de Jean-Yves Leloup, O Corpo e Seus Símbolos, onde ele dizia que o corpo é o último a perdoar. Isso porque você pode dizer da boca para fora, mas quando a pessoa chega perto de você seu corpo reage com alguma forma de memória de repulsa. Daí é que sabemos se perdoamos de verdade ou não. Quando até o nosso corpo reage indiferente quando aquela lembrança se faz presente novamente. Por isso algumas pessoas preferem esquecer do que aconteceu, passar uma borracha na história, e nas pessoas também. “O esquecimento é mais sublime que o perdão.” Thomas Carlyle. Mas será que isso resolve? Pode até ser, mas o seu terapeuta vai querer que você dilua esse sentimento e não guarde nenhum tipo de rancor por desculpas não aceitas e nem pedidos de perdão sem sentimentos. O negócio é seguir em frente e em paz. Se a sua decisão te trará sossego, então faça. Perdoando ou não perdoando é você quem vai lidar com isso.
Autoria: Leonardo Campos
Autores citados: Alfred de Musset, William Shakespeare, Thomas Carlyle