“O ciúme é muitas vezes uma inquieta necessidade de tirania aplicada às coisas do amor” (Marcel Proust)
Ciúme, eis aí um sentimento estranho e muito polêmico. Gera as mais diversas interpretações e reações. Há os que o consideram desprezível e fruto de insegurança; há os que o negam apesar de serem eles mesmos ciumentos sem sequer se dar conta disso; há os ciumentos assumidos e que batem no peito dizendo que é prova de amor… E, neste último caso, se for desmedido, chegamos à triste e irrefutável realidade dos feminicídios. “Matei por amor”; “Se ela não for minha, não vai ser de mais ninguém” e assim por diante, na tentativa de se justificar o injustificável. Daí a questão da medida! Nada em demasia é bom. Deixa de ser um sentimento para virar uma obsessão e obsessões são sempre muto perigosas! Elas matam, ferem, humilham. Se transforma em doença. Uma doença da alma. Eu diria que, um pouco de ciúme, na medida certa, pode até apimentar uma relação; veja bem, um pouco, só um pouco! E é certo que existem pessoas que se sentem mais valorizadas com uma ceninha de ciúme. Eu não sou desse tipo de pessoa! Existem mil e uma maneiras de se demonstrar amor e afeto (independentemente do tipo de relação!). E vamos combinar: o ciúme é démodé; está fora de moda,e, nos dias de hoje, muito mais associado a um sentimento de posse do que de cuidado, carinho, amor ou afeição. William Shakespeare dizia que os ciumentos não precisam de motivo para ter ciúme. São ciumentos porque são. O ciúme é um monstro que a si mesmo se gera e de si mesmo nasce. Acho essa, uma ótima definição. Antes mesmo, já serve de alerta! Cuidado com o que você alimenta. Este monstro pode devorar você! Pense nisto, antes de embarcar nessa, seja como o ciumento ou como o “objeto” de um ciumento….
Autoria; Márcia Siqueira
Autores citados: Marcel Proust e William Shakespeare