“A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos…” (Fernando Pessoa)
Quando eu era criança o programa típico de domingo de manhã era ir na feira. Hoje, vejo que esse costume já não é como antigamente, mas persiste através do tempo. No bairro da Glória, aqui no Rio de Janeiro, todo fim de semana várias tribos se reúnem na feira livre. E o que se vê não são apenas moradores locais, mas pessoas de todas as partes que passam ali para conhecer essa tão famosa feira. Já no começo não dá para resistir ao caldo de cana com pastel. Ir em uma feira sem experimentar essa iguaria é quase um crime. Ao andar pelas barracas você exercita a audição pois o cliente é conquistado pelo gogó e pela melhor oferta. Cada feirante tem seu bordão e é assim que eles cativam os fregueses. Quando tem fruta de época é normal a degustação para provar a qualidade do produto. E no final do dia tem a famosa xepa, onde as mercadorias têm uma queda de preço para que não haja prejuízo. Uma dica que eu dou é andar por toda a feira para pesquisar os preços e a qualidade exposta. Fora que é sempre bom ver quais são as opções do dia. Às vezes tem algo que você queria e não sabia e se sair logo comprando outras coisas pode não sobrar dinheiro no orçamento para levar a novidade. O bom dessas feiras livres é que surgem barracas com serviços que estão em alta e você consegue sempre estar antenado. Fazer amizade e ser fiel com alguns feirantes também te garante um produto de qualidade e um lote com chorinho (ou seja, em uma oferta de seis frutas você acaba levando sete ou oito, dependendo da cordialidade do dia). E é importante lembrar que feira não é só na rua, aberta ao céu livre, tem também aquelas que são em ônibus itinerantes. Essa modalidade facilita o acesso de produtos frescos onde não se tem estrutura para aquelas grandiosas. O que vale é poder sentir os cheiros, ver as cores e saborear as estações e prestigiar essa forma de trabalho centenária e super essencial. Vá a feira! Faça a feira!