UM FLASH. UM MOMENTO ETERNIZADO. MEMÓRIAS PRESERVADAS.
“De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa para sempre o instante preciso e transitório” (Henri Cartier-Bresson)
A fotografia, sem dúvida, também é uma manifestação de arte. Particularmente, eu sou fã do trabalho do fotógrafo Sebastião Salgado, internacionalmente conhecido e reconhecido. São paisagens, pessoas, animais, fenômenos naturais, momentos e sentimentos… Tudo pode ser captado pela lente de um fotógrafo. Seja ela amador ou profissional. Seja a imagem em preto e branco ou colorida. As fotografias eternizam o momento, sobrevivendo ao tempo e ao próprio homem. Simplesmente fantástico! A fotografia, aliás, nos permite guardar e compartilhar momentos preciosos. É tão gostoso reunir os amigos para mostrar as fotos de uma viagem, exibir os momentos mais fofos de seu bebê, as gracinhas do seu pet, enfim, as possibilidades são infinitas! Ainda mais agora na era digital… Podemos tirar quantas fotos queremos, utilizando, para tanto, um simples celular. Eu tenho 57 anos e lembro, perfeitamente, das viagens feitas em família, com meu pai carregando duas super câmeras fotográficas e “milhares” de rolos de filmes, com diferentes “asas”, para cada tipo de luz. E, na volta, uma pequena fortuna para revelar as fotos, sendo algumas absolutamente dispensáveis – escuras, tremidas, repetidas. Sebastião Salgado fala que, quem não gosta de esperar, não pode ser fotógrafo. É a famosa espera do momento perfeito! Mas o momento perfeito pode vir, também, da espontaneidade, de um momento único e peculiar. Tudo depende do seu objetivo. Para mim, um dos principais tesouros da fotografia é a eternização; a preservação de memórias… E cada um tem as suas! É como diz Clarice Lispector: “Fotografia é o retrato de um côncavo, de uma falta, de uma ausência”. Mas, nos dias de hoje, temos também a maldição da falta de privacidade, o excesso de clicks, a auto promoção. Nas ruas, na academia, na praia, enfim, em todos os lugares. Por vezes chega a ser desagradável. É a febre do exibicionismo… Isso eu não curto. Mas, como se diz por aí: cada um na sua! Acho impagável poder revisitar meu passado, minhas viagens, meus momentos preferidos. Poder “matar a saudade” de entes queridos que já se foram. Curtir meus filhos bebês, que hoje já passaram da casa dos trinta anos. Ah, isso não tem preço! E, exatamente por isso, faço minhas as palavras do fotógrafo Robert Frank: “Há uma coisa que a fotografia deve conter; a humanidade do momento.”
Autoria: Marcia Siqueira
Autores citados: Henri Cartier-Bresson; Sebastião Salgado; Clarice Lispector; Robert Frank