“Nada melhor pode dar um pai a seu filho do que uma boa educação.” (Textos Islâmicos)
Os franceses fazem uma diferenciação inteligente sobre educação e ensino. A educação se dá no lar, enquanto o ensino se concretiza na escola. Isso explica um pouco do problema atual, quando pais transferem o papel da educação para a escola, que não tem tal missão e, mais que isso, não possui qualquer condição de assumi-lo. Mas por que os pais têm aberto o papel de educar? Seria a falta de tempo? Seria um certo medo de tal responsabilidade? Outro dia, ouvi uma digressão que tratava sobre o quanto os pais são perdidos hoje, como a maioria das pessoas, pela dificuldade de decidir. Em um mundo de tantas alternativas, as pessoas mais escolhem do que decidem. Para exemplificar, veja quanto tempo as pessoas levam para escolher um filme, passando pela Netflix, Amazon Prime, Globoplay, …, para, ao final, mais das vezes, não assistir coisa alguma. O excesso de opções gerou, na sociedade moderna, uma indecisão estrutural nas pessoas. Neste cenário, a indecisão invade também os pais afogados nas mais diversas teorias e correntes sobre como educar filhos. Alguns apostam que a redução da quantidade de filhos nas classes A e B decorre não da questão econômica e sim do pavor da necessidade de decidir, que é tão presente na missão de educar. Existiria, então, uma certa consciência nessa indecisão estrutural, quando se tratam de pessoas com melhor nível educacional. Mas não somente os pais estão perdidos, também o estão as escolas. Luiz Felipe Pondé chegar a dizer que as escolas são as instituições mais perdidas no mundo atual. Vejo lógica nisso! As escolas vivem hoje, como qualquer “empresa”, em um sistema de competição comercial. Portanto, elas precisam fidelizar, agradar e bajular clientes (alunos e pais de alunos). A ideia de um propósito ideal das escolas, onde primeiro figuraria o comprometimento com o ensino, se perdeu. Sua missão já não se impõe diante do universo competitivo do mercado. Esse é um cenário quase desesperador, pois o que será dessas novas gerações sem pessoas e instituições que zelem pela educação e ensino delas? As consequências nós já sentimos quando vemos tantos jovens infantilizados, frustrados, cheios de culpa, sem responsabilidade, dependentes, sustentados, carentes, sem propósito, … Há jovens e mais jovens ressentidos, pois esperam que o universo lhes dê, o que ele não tem a oferecer. E, para tudo se agravar, esses jovens não entendem que não se alcança nenhum propósito sem esforço. O esforço não é considerado mais como uma forma digna de realização das metas. Para quem interessar, conheça o “Experimento Universo 25: a utopia dos ratos”. Basta procurar no google. A sociedade vive um grave risco neste cenário, onde, dentre outras coisas, pais e escolas perderam suas missões.