Nesses dias, ouvi uma mulher, que fazia transporte escolar, dizendo para uma mãe que era melhor que a filha dela não fosse para a escola naquele dia pois teria festa de dia dos pais e a criança provavelmente ficaria deslocada. Percebi que, ou o pai da criança estava trabalhando ou aquela mãe era uma mãe solteira. Notei também que aquela mulher queria o bem da criança, mas ela não sabia se a menininha já era bem resolvida com isso. Fora que em pleno século XXI não cabe mais ter essas festas segregadoras na escola. Essa data nada mais é, que uma entre tantas, o momento em que o comércio se utiliza do emocional para faturar. Já ouvi muito, na boca popular, que o dia das mães é todo dia, e não se faz diferente de qualquer outro. Hoje temos tantas formas de família que o tradicional já está ultrapassado. Não que um pai e uma mãe não tenham seu valor, mas se algum destes faltar o outro pode assumir os dois papéis sem deixar a desejar. E se a gente parar para perceber, essa nova geração tem lidado muito bem com isso. Minha mãe foi uma mãe solteira e não tive a presença de um pai. Nem por isso sou melhor ou pior que alguém. Eu, assim como muitos, tive uma pãe. Mulheres corajosas que fizeram o papel duplo na vida de seus filhos. Mas também conheço um pai que cria seu filho autista sozinho, pois a mãe literalmente deixou o filho no portão dizendo que não queria essa responsabilidade e sumiu no mundo. Essa criança encontrou conforto e cuidado no colo do pai, solteiro. Dessa forma, o dia dos pais é todo dia. Pais solteiros, casados, separados, viúvos, trans, gays, adotivos, … O que importa é o amor. Onde ele estiver a paz vai se encontrar.