“Espera de teu filho o que fizeste com teu pai.” (Tales de Mileto)
Estamos comemorando esta semana, o Dia dos Pais. É claro que tem o apelo comercial, mas certamente podemos nos abstrair dele e refletir/homenagear/agradecer aquele(s) que consideramos nosso(s) pai(s). Sim! Pai não é só o biológico – longe disso! A figura do pai é aquela que representa amor, carinho, educação, orientação, apoio… Então, pode ser qualquer um. E nem precisa ser do sexo masculino… Meus filhos, por exemplo, perderam o pai muito cedo, e fui apelidada, carinhosamente, de “pãe”. Sem a menor pretensão de ocupar o espaço deixado por alguém muito especial e que nos deixou muito cedo, me esforcei em dobro para estar sempre presente. E mesmo com a ausência desde a infância, meus filhos guardam as boas lembranças e a saudade com muito carinho e agradecimento pelo breve tempo em que estiveram juntos. Acredito que essa era uma de suas missões: junto comigo, trazer ao mundo 2 seres maravilhosos a quem eu amo tanto! Então, seguindo aqui na homenagem aos pais, esta é a minha reflexão/agradecimento – ao pai dos meus filhos que, não importa quanto tempo passe (e já se vão muitos anos), sempre estará conosco, em nossas lembranças e nos nossos corações. A minha história com meu pai começa muito antes, é claro. Sempre presente. Veio de família humilde e, com muito esforço, estudou, se formou, fez uma carreira bonita e formou uma bela família, junto com a minha mãe. Educação; este sempre foi o principal legado que ele fazia questão de nos deixar. E sou muito grata por isso. Mas o papel do meu pai na minha vida acabou indo muito além disso… Em função da morte prematura do pai dos filhos, ele acabou se tornando uma figura muito importante para os meus filhos também, muito além da figura do avô! Mais uma vez, se fez presente, acolhedor e orientador, mas sempre com muita ternura. E meus filhos, hoje crescidos, têm plena noção disso. São agradecidos e retribuem tudo o que receberam. Em especial agora, quando ele mais precisa. Nós crescemos e nos tornamos adultos. Meu pai, avô deles, envelheceu. Além das dificuldades e limitações naturais da idade avançada (86 anos!), há alguns anos, ele foi diagnosticado com o Mal de Alzheimer. Um duro golpe para todos nós. O que de melhor podemos fazer por ele (e estamos fazendo!) é dar carinho, proteção, segurança, apoio e muito amor. Ele ainda está bem, apesar da memória recente muito comprometida. A cada “Oi, minha filha!” é um presente que eu ganho, porque a tendência natural é que esta memória seja apagada também. Estou me preparando para isso. E mesmo quando esta memória se apagar, eu continuarei presente, retribuindo tudo o que ele me deu (e aos meus filhos também), porque a memória pode se apagar, mas no coração, estaremos juntos e presentes, para sempre!