“A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas” (Francis Bacon)
Antigamente dizia-se que família a gente não escolhe, fazendo referência aos laços de consanguinidade. Acontece que, nos dias de hoje, esta afirmação está longe de ser uma verdade… O conceito de família evoluiu tanto (ainda bem!) que o sangue e a genética passaram a ser apenas uma parte desta realidade. Família é muito mais que isso! E, é neste sentido que, para mim, família e amizade estão muito mais próximos do que se pode supor… A vida me presenteou com algumas pessoas muito especiais; verdadeiros irmãos, ainda que não haja parentesco consanguíneo entre nós. Um verdadeiro privilégio e um presente, também. Por outro lado, também tenho a “sorte” de ter, entre meus parentes, amizades muito queridas. Só para vocês terem uma ideia do que eu estou falando, meu filho caçula, Douglas, é meu melhor amigo!.Mesmo separados por gerações – eu tenho 58 anos e ele está fazendo 30 – e ligados pela mais intensa e louca das relações (mãe e filho), nada disso interfere ou se contrapõe a uma relação de amizade que construímos ao longo de nossas vidas! Confiamos um no outro sem barreiras ou filtros. Simplesmente sensacional e muito, muito prazeroso… E assim, tenho que concordar com o grande filósofo Aristóteles “Uma alma em dois corpos”, referindo-se à amizade. Aliás, o que é a amizade, senão uma forma de amor? Exige respeito, doação, dedicação, sinceridade (inclusive aquela dói e nos machuca) e bondade, tudo na medida certa. E quando eventualmente essa equação se desequilibra, a verdadeira amizade prevalece, com boas doses de conversa e alguns pedidos de desculpa… E não dá para falar em amizade e amigos, sem lembrar do eterno e clássico Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”. Para quem ainda não leu, eu recomendo, e não importa que idade você tenha…Mas, voltando ao que me trouxe aqui, sou grata à vida e a Deus também, pelos presentes recebidos: amigos queridos com quem posso contar sempre, dividindo alegrias, tristezas e agonias, exatamente como apregoou Francis Bacon e, mais ainda, porque dentre estes amigos, alguns deles vieram com a marca registrada da genética! Obrigada por isso! Posso dizer também, sou uma boa amiga; procuro estar sempre presente e atenta. Meus amigos certamente não me deixam mentir – eu os trato com muita doçura… Doçura no olhar, nas palavras e em pequenos mimos, inclusive doces feitos especialmente para eles. E a eles dedico este texto, com enorme carinho, porque eles fazem a minha vida muito mais leve e feliz! E me despeço, cantarolando com Milton Nascimento, a Canção da América
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Autoria: Marcia Siqueira
Autores citados:Francis bacon; Aristóteles; Antoine de Saint-Exupéry; Milton Nascimento