Desde 1789, numerosas revoluções têm seguido o script trágico de sectarismo e autoritarismo em que um grupo de radicais políticos toma o poder violentamente em nome da libertação dos oprimidos e da promoção do bem comum, mas, uma vez no comando, eles começam a aniquilar-se e a perseguir os ditos “inimigos da revolução”. A partir das grandes transformações políticas do século XVIII, Hannah Arendt identifica as principais linhas de força das revoluções modernas, apontando suas contradições e analisando as motivações de seus protagonistas. Nesta incursão magistral pela filosofia política, a autora de Origens do totalitarismo identifica os fatores que historicamente conduzem à conquista, à manutenção e à perda do poder pela via revolucionária. Arendt aponta no desejo irresistível de liberdade e novidade do homem moderno a maior força motriz das revoluções. A autora celebra as conquistas libertárias que o acidentado mas previsível curso das revoluções ocasionalmente provoca, ao mesmo tempo que deplora o terrível sofrimento humano causado por seus excessos.