“Ser zen é ser ativo. É estar forte e decidido. E caminhar com leveza, mas com certeza.” (Monja Cohen)
Sendo a Espiritualidade um propósito e sentido que a pessoa encontra para a sua vida (divino, artes, pessoas, natureza,…). A filosofia acaba estando sempre muito próxima da espiritualidade. Tão próxima quanto a religiosidade, ainda que esta e a filosofia possam ter seus contraditórios. Luc Ferry diz que o homem busca solucionar a questão da sua finitude, sendo que, quando o faz por si, está no âmbito da filosofia, e, quando necessita de um terceiro (divino), está no campo da religiosidade. Poder-se-ia pressupor que teologia e filosofia nao se complementariam. Essa a justificativa da divisão histórica em que a filosofia clássica é seguida pela filosofia moderna, ficando o período medievo (dominado pelo catolicismo) como um tempo teológico e não filosófico. Talvez. Mas não faltam teorias a respeito. E não se pode esquecer da influência dos clássicos nos filosofos cristãos como Santo Agostinho, por exemplo. Mas onde filosofia e espiritualidade mais se tocam parece ser no budismo, onde nos deparamos com uma doutrina filosófica e espiritual. Seus princípios baseiam-se nos ensinamentos de Siddhārtha Gautama, conhecido como Buda, e estabelecidos na Índia (século VI a.C). No budismo o preceito está na busca pelo fim do sofrimento humano com o alcance da iluminação ou despertar. Por isso o uso do título Buda, ou seja, o “Despertado” ou o “Iluminado”. O budismo traz ensinamentos que guiam o ser humano a desapegar-se de todos os defeitos próprios da humanidade (raiva, ciúme, inveja, gula, …) e desenvolver as virtudes do amor, da generosidade, da sabedoria, … Não há adoração de um Deus, pois a busca é individual. Temos uma atitude individual para com o mundo. Afinal há um universo sem fim nem início. Se busca o Nirvana, ou seja, um estágio ideal, que não pode ser ensinado, apenas percebido. O renascimento traz vidas sucessivas, em um ciclo, para ascender às moradas mais puras. Há o fim do ciclo vicioso de sofrimento (“Samsara”) regido pelo Carma (regra de consequências pelas boas e más ações com reflexo nos renascimentos sucessivos). O caminho do Budismo é o “Caminho do Meio”. Ou seja, busca-se o equilíbrio, nada de extremismo, seja físico ou moral. Anselm Grun, em “A arte de encontrar a medida certa de viver”, fala desse equilíbrio. Os extremos são sempre ruins, mesmo quando há o extremismo de uma virtude. Aquele que, no budismo, segue o caminho e alcança o despertar será um Buda. Buda não é um ente particular, mas um título dado a um mestre budista ou a todos os que alcançaram a realização espiritual do budismo. Essa doutrina, marcada pelas crenças do hinduísmo, se transformou em uma filosofia de fácil incorporação nos recantos geográficos em que chegou. Explica-se sua grande expansão pelo mundo.