ESPIRITUALIDADE E FÉ – CADA UM TEM A SUA (OU NÃO).
“É um espírito de força, de caridade e de prudência. Esta é a fé” (Papa Francisco)
Eis um tema bem complexo, com opiniões e conceitos bem diferentes, a depender do ponto de vista que se adote. Não tenho aqui a pretensão de fazer uma abordagem técnica ou científica. Fé, para mim, é coração; é acreditar sem ver. E cada um tem a sua e alguns, não a têm. E está tudo bem porque, definitivamente, são escolhas que fazemos. Por isso, falo por mim: não me imagino sem fé. Como canta Gilberto Gil, “Anda com fé eu vou, que a fé não costuma faiá…”. E a fé faz parte de mim e da minha espiritualidade, de forma indissolúvel. Este binômio – fé e espiritualidade – são parte do meu suporte e estão marcadamente presentes em todos os momentos da minha vida; os bons, os ótimos, os nem tanto assim e, é claro, os difíceis também. Para Buda, toda espiritualidade é sempre para aliviar o sofrimento. Realmente, eu discordo: é, também, para aliviar o sofrimento (e nestas horas ajuda demais!), mas é muito mais que isso. É um exercício diário, nem sempre fácil… Por vezes, duvidamos da nossa fé, colocamos em cheque aquilo em que acreditamos. Mas são apenas breve momentos, porque é a fé que nos ajuda a levantar e seguir em frente, acreditando que, seja o que for, de alguma forma, vamos superar ou aprender a conviver com ele (o sofrimento). Dentro da minha fé católica, me apego às palavras do Papa Francisco: “Quem confia em Deus sabe bem que a vida de fé não é algo estático, mas é dinâmica: é um caminho contínuo, para ir para etapas sempre novas, que o próprio Senhor indica dia após dia”. Não importa em quem ou no que você acredita; se realmente acredita, esmoreça mas desista. E, por outro lado, se não acredita em nada disso, ok também. Cada um na sua… Eu já passei por muito perrengue nesta vida (quem nunca, certo?). E houve vezes (algumas várias) em que me perguntei “por que eu?” (quem nunca também, né?), mas no final, minha fé vence. Tem sido assim… Mas vou confessar: o maior temor de uma mãe é ter que enterrar um filho e, como mãe, me questiono de como seria. João Nogueira cantava que “troquei de mal com Deus por me levar meu pai”. Levar um filho? Não consigo imaginar e nem dimensionar esta dor. Prefiro nem pensar! Então, sigo neste caminho tortuoso, aprendendo sempre e exercitando minha fé não só para e por mim, como, também, com os outros, através da bondade, respeito, empatia e caridade. E cada um que siga seu caminho, acreditando ou negando o que entender melhor!
Autora: Marcia Siqueira
Autores citados: Papa Francisco; Buda; Gilberto Gil; João Nogueira