“A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana” (Franz Kafka)
Viver nas ruas é, indubitavelmente, uma triste realidade, mas, quando chega o inverno, essa realidade torna-se absurdamente cruel. Quantas vezes, abrigados em nossas casas, não sentimos frio e fechamos as janelas e buscamos um cobertor quentinho? E as pessoas que estão nas ruas, abrigadas em marquises, expostas ao vento, ao frio e à fome? É muito comum nesta época do ano as mortes por exposição ao frio. Mas o que nós podemos fazer? Ah, muita coisa… Ainda que pareça pouco, qualquer pequeno gesto ou ajuda, é válida e benvinda! Madre Teresa de Calcutá dizia que não se deve esperar por grandes líderes; “faça você mesmo, pessoa a pessoa. Seja leal às ações pequenas porque é nelas que está a sua força”. Eu acredito que não devemos esperar por ninguém! Façamos, cada um, a nossa parte, como der, mas temos também que cobrar dos nossos líderes e governantes que façam a parte deles… Você pode ajudar sozinho, em grupo ou através de instituições. De que eles, moradores de rua, precisam? De tudo um pouco! Cobertores, agasalhos, meias, luvas, comida quente. Você pode comprar ou simplesmente abrir o seu armário e selecionar algumas peças de roupa que não lhe farão a menor falta. Há pessoas que preferem doar para que outros distribuam. Outros, preferem atuar na linha de frente, percorrendo as ruas da cidade, distribuindo roupas e alimentos. Pouco importa; toda ajuda é apreciada. Mas procure ser generoso e não somente piedoso. Não doe apenas o que estiver roto ou estragado. Faça sua doação com carinho e amor, afinal, dignidade é um direito de todos! Se não puder comprar, escolha peças úteis para quem precisa. Lave-as antes de doar. Não doe comida velha, fora da validade ou estragada. Pense que poderia ser qualquer um de nós naquela situação. Aliás, ninguém está livre de um revés. Sábias as palavras de Augusto Cury: “Se quisermos compreensão, respeito, gentileza, solidariedade, devemos aprender a ser compreensivos, respeitosos, gentis e solidários”. Seja solidário e empático. O mundo está precisando muito disso, e as pessoas também. Quando fazemos o bem, de coração, recebemos de volta essa energia boa. Mas não faça esperando essa troca! E, acreditando piamente nisso, finalizo aqui com uma frase do genial Antoine de Saint-Exupèry (autor do Pequeno Príncipe) – “A verdadeira solidariedade começa onde não se espera nada em troca”.
Autoria: Márcia Siqueira
Autores citados: Franz Kafka; Madre Teresa de Calcutá; Augusto Cury e Antoine de Saint-Exupèry