“A pior solidão que existe é darmo-nos conta de que as pessoas são idiotas.” (Gonzalo Torrente Ballester)
Sou filho único e minha mãe sempre trabalhou fora, por isso, quase sempre precisei estar sozinho por um período da minha vida. Por vezes, ficava nas casas de parentes, mas não me sentia parte daqueles lares. Em outros momentos ficava nas casas das famílias em que minha mãe trabalhava, e aí mesmo que me sentia um peixe fora d’água. Na escola sempre fui o nerd e ficava isolado na hora do recreio. Não foi diferente na universidade. Era caxias no trabalho e taxado de puxa saco, então já dá para imaginar. Em um determinado momento me perguntei se o problema estava comigo. Chato eu sabia que era só que não entendia o motivo. Com o passar do tempo pude perceber que eu me tornei seletivo. O problema estava com as outras pessoas, tirando a modéstia de lado. Eu escolhia que iria fazer parte do meu círculo e ,com isso, afastava quem eu não tinha afinidade. Realizei que às vezes a solidão pode ser uma escolha pessoal. E no meu caso era. Me dava bem com alguns primos, fiz alguns amigos na escola, mas a maioria das pessoas eram sem graça para mim. Não tinham o mesmo assunto, não gostavam das mesmas coisas, nem tinham hábitos saudáveis. Para que tê-las perto de mim? Não fazia questão. Pode me chamar de antipático, eu mereço. Hoje convivo mais, mas sem ter uma maior aproximação com quem meu sexto sentido não vai com a cara. Me sinto solitário em algumas ocasiões, e tento me esforçar para socializar. Penso que me livrei de muitas saias justas com isso, de muitas pessoas sem noção, de aproveitadores e por aí vai. Respeito quem para ter paz se isola na solidão. É melhor estar só do que mal acompanhado, mas é melhor ainda ter poucos amigos verdadeiros do que um milhão de conhecidos sem valor para agregar.