“O acúmulo deve ser de momentos bons e não de bens materiais.” (Leonardo Campos)

O bom da vida é ser feliz, e para isso não é preciso muito. Prefiro tomar café em um copo, reaproveitado, de milho em conserva do que em uma xícara de porcelana. Sei lá, acho que vou ficar com medo de que quebre comigo, já que sou estabanado. Não significa que eu desdenhe de um chá das cinco, mas o que me incomoda é a pompa que dele vem acompanhado. Sempre me divirto mais quando está faltando uma faca e as pessoas abrem o pão com a mão, falam alto cruzando as conversas e gargalham sem parar. Não significa que são mal educados, só são felizes com os seus e demostram isso sem pudor e melindres. Sentar no chão já é uma marca registrada minha e gosto de pessoas que fazem o mesmo, quando podem. Prefiro uma reunião com amigos no botequim da esquina do que em um restaurante renomado. Os petiscos parecem ter mais sabor quando vêm acompanhados de uma cerveja gelada e altos papos do que pratos que não sei pronunciar regados a vinhos importados. Essas ocasiões mais chiques até têm a sua importância quando os amigos fazem para agradar de coração, mas sabemos que nem todos são assim. Geralmente, é uma disputa de quem tem o melhor carro, quem vai pagar a conta – para se mostrar o mais bem sucedido, as conversas sobre as últimas viagens – as compras feitas, onde se hospedaram – e por aí vai. Mais, maior, melhor… Essas são as palavras das quais fujo em uma conversa. A não ser que sejam para representar mais amor, o maior sorriso e o melhor abraço. A simplicidade não está na pobreza, está nas coisas que fazemos de coração; na atenção que damos em estarmos inteiros na atitude de viver. O acúmulo deve ser de momentos bons e não de bens materiais. A memória é nosso bem mais importante, então faça por onde recordar de momentos felizes com quem você ama e consigo mesmo.  Não seja mais um evitável. Junte-se aos bons. Fecho aqui com uma fala de Henry Wadsworth Longfellow: “No caráter, na conduta, no estilo, em todas as coisas, a simplicidade é a suprema virtude.”.

Autoria: Leonardo Campos

Autor citado: Henry Wadsworth Longfellow

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