“Sem o mar a vida não acontece.” (Leonardo Campos)

O mar sempre me trouxe um misto de amor, medo e respeito. Adoro água. Gosto muito de ouvir as ondas quebrando e de sentir a brisa do vento que elas formam. Sem contar com a sensação maravilhosa daquele balancinho que só o mar tem. Amo sentar e meditar de frente para o mar, olhando o pôr do sol na linha do infinito.  Minha admiração pode estar no sangue, pois meu avô era pescador. Ele cruzou o oceano atlântico com a minha bisavó fugindo da segunda guerra mundial. Lembro vagamente dele fazendo tarrafa no fundo do quintal. Hoje imagino quantos tentaram fazer essa travessia e morreram. E quantos outros ainda tentam fugir do regime de sua pátria para se salvar e não encontram a salvação pelo mar. Mas, de outra forma, existem pessoas que tiram seu sustento direto dessas águas salgadas todo dia. Daí o meu respeito. Ele pode tirar, mas também pode dar em retribuição. É difícil entender que têm indivíduos que passam a vida inteira sem ter contato com essa imensidão. Me emociono quando vejo vídeos de crianças e adultos, assim como  de animais, olhando o mar pela primeira vez. Acredito que é por esse poder, que ele emite e irradia, que diversas culturas criaram deuses imaginários com o poder de controlar suas águas. De Netuno a Iemanjá, são várias divindades que tomam conta de marinheiros  e pescadores. São tantas vidas vivendo ali dentro e tantas outras sobrevivendo de suas riquezas. Mas na realidade, quem toma conta do mar? Ninguém. Cada país tem suas leis e regras para fortalecer seu poderio marítimo. Mas ninguém cuida dele como patrimônio da humanidade. Jogamos toda a sorte de dejetos e lixos nos oceanos para tirar do alcance dos nossos olhos, mas ele teima em devolver. Tentando em vão sobreviver ao homem. Os mares estão definhando e nem os deuses sabem mais o que fazer. Qual o futuro dessas águas? Não sei. Não estarei aqui para ver, mas, espero que seja um futuro bom. Nossos descendentes precisam ver e sentir essa força da natureza também. Até porque, sem o mar a vida não acontece.

Autoria: Leonardo Campos

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