“Mas eis a hora de partir: eu para morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo ninguém o sabe, exceto os deuses.” (Sócrates.)
A primeira vez que encontrei com a morte foi quando minha cachorra morreu; não sabia direito o que estava acontecendo, mas, de uma coisa eu sabia, eu jamais iria vê-la. Ao longo dos anos tive, e terei, que encontrar com ela mais algumas vezes; em alguns momentos os encontros serão mais difíceis que outros, mas isso faz parte de se estar vivo. No filme baseado no livro Harry Potter, a personagem Hermione lê um trecho do conto dos três irmãos que é: “Ele acolheu a Morte como uma velha amiga e acompanhou-a de bom grado, e como iguais partiram desta vida”. Claro que a morte não é uma velha amiga ou uma inimiga, pois ela não é uma pessoa. E não precisa ser temida, todos vamos morrer um dia, faz parte da vida. “A vida só é preciosa porque termina.” (Rick Riordan) Além disso, deve-se ter preocupação com a vida no viver plenamente e sem arrependimentos. É realizar os sonhos; viver sem se preocupar com a opinião alheia; é poder dizer que pintou o cabelo de rosa e pulou de paraquedas. É cometer erros e aprender com eles; é se apaixonar e se decepcionar. É dizer não e voltar atrás sem medo. Nietzsche já dizia: “O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte.” A vida não é fácil, as vezes dói viver, inclusive, só se tem a plena certeza que está vivo quando dói e você se torna alerta. É horrível estar vivo e não sentir nada, como se a morte já tivesse feito morada; assim como é horrível quando alguém morre para nós. Passar pelo processo de luto não é fácil, mas é quando se sabe que se tem certeza do quão vivo você está e o quanto se quer viver. “Para quê preocuparmo-nos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro.” (Confúcio) A vida é cheia de surpresas e é com isso que devemos nos preocupar, não com a morte iminente. “Que a morte de tudo em que acredito/Não me tape os ouvidos e a boca;/Porque metade de mim é o que eu grito,/Mas a outra metade é silêncio…” (Oswaldo Montenegro) A morte e a vida andam sempre juntas e são cheias de mistérios, cheias do desconhecido, tem-se medo de algo que nem se conhece. E se, na verdade, nós estivéssemos mortos, e quando morremos, na verdade, estamos nascendo? A questão é que não vale a pena ficar com medo da morte e se esquecer de viver. “Não tenha pena dos mortos, Harry. Tenha pena dos vivos, e, acima de tudo, daqueles que vivem sem amor.” (in Harry Potter). Morte e vida são inevitáveis, então nada melhor do que apenas deixar ser. Seja o que for, independente de ser bom ou ruim, será o que tiver de ser. E, então, deixe ser! “A vida não passa de uma oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção; os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace.” (Victor Hugo)