Ao chegar, caminhou como um rei, com um casaco vermelho a tiracolo.
Um nariz para o teto de causar torcicolo.
Com um peito estufado sem conseguir respirar.
Pecou logo ao entrar.
Não deixou ninguém chegar perto dos seus bens.
Queria mais do que já tinha, mas…, porém, recebeu de todos os parabéns.
Desdenhou dos presentes que aparentavam menos de 4 dígitos.
Pecou achando que tinha súditos.
Percebeu que sua roda de atenção era menor.
Fuzilou o irmão com um olhar sem que ele se preocupasse com esse pormenor.
Sentiu em suas entranhas que a beleza não era dele naquela noite.
Pecou ao desejar-lhes um açoite.
Com olhos vermelhos passou a insultar os convidados.
Um após o outro todos foram-no deixando de lado.
E aos poucos foi ficando da cor de seu casaco.
Pecou ao não ter sido bajulado.
Como saciar o ego sem ser saciado?
Se trancou no banheiro e em frente ao espelho teve seu corpo acariciado.
Suas mãos lhe deram o prazer da carne.
Pecou de tanto se amar quase ao escarne.
Ao notar que sua falta não foi sentida,
pegou a primeira bandeja à sua vista.
Parecia um bicho de copo na mão e boca cheia.
Pecou ao se envenenar na própria teia.
Bebado e caido sozinho ao final da festa,
Achou que estava na hora da sesta.
Sem fazer esforço, se deitou e fez o que de melhor sabia, nada.
Pecou achando que a vida era uma madrugada.
Evágrio era o próprio pecado.
Autoria: Leonardo Campos
Foto: pixabay.com
@enginakyurt
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