“Mais rápido, mais alto, mais forte.” (lema dos Jogos Olímpicos)
Eu sou fã de esportes! Não que eu os pratique e, menos ainda, participe de qualquer tipo de competição; pessoalmente, sou avessa a elas. Mas eu simplesmente adoro assistir aos mais variados esportes, seja na tv ou ao vivo, nas arenas, gramados, quadras… As Olimpíadas, curta você ou não, vão muito além da competição. Este ano tivemos as Olimpíadas de Tóquio 2020. Estranho, né? Aliás, desde o surgimento deste vírus maldito e a consequente pandemia que assolou o mundo, muita coisa mudou e, de uma hora para outra, tudo ficou estranho e diferente (o “novo normal”). E com os jogos olímpicos, não foi diferente. De quatro em quatro anos, é realizado este evento esportivo de proporções mundiais. Apenas as Grandes Guerras foram capazes de mudar esta tradição, e, agora, a pandemia do Coronavírus. As Olimpíadas de Tóquio deveriam ter sido realizadas em 2020, exatamente quatro anos após os Jogos de 2016, no Rio de Janeiro. Mas a pandemia (equiparada a uma grande guerra!) chegou, inclusive, a ameaçar a própria realização do evento. O Japão havia se preparado para a “grande festa”, construindo e reformando instalações, equipando a rede hoteleira e a estrutura turística do país para receber os atletas, comissões técnicas, representantes governamentais e muitos torcedores. Primeiro, veio a incerteza de sua realização, com a possibilidade, até mesmo, de cancelamento… O isolamento social era (e ainda é) uma realidade necessária. Os atletas, alguns, inclusive, apostando tudo em sua última chance – por idade, condicionamento físico etc – adaptaram suas rotinas de treinamento, trocando a estrutura dos seus clubes e treinadores por atividades físicas em casa, nas varandas, nas piscinas particulares, nos jardins…Nunca os atletas foram tão dependentes, independentes e interdependentes ao mesmo tempo, como nesses Jogos. Era preciso manter o condicionamento físico e a saúde mental (preparação psicológica) a todo custo. E os Jogos Olímpicos de Tóquio acabaram sendo realizados um ano depois. Estas, sem dúvidas, em consonância com a nova realidade mundial, foram as Olimpíadas da superação. Competições sem torcida; todos de máscara até o último minuto de entrar em ação. E não poderia ser diferente. Muito apropriadamente, o lema olímpico foi alterado, passando a ser “Mais rápido, mais alto, mais forte – juntos”. Perfeito para o momento em que vivemos, perfeito para a melhor tradução dos esportes (ou do que deveria ser). O evento assumiu novas proporções e as Olimpíadas de Tóquio trouxeram a mensagem “unidade na diversidade”, atribuindo aos esportes a função de celebrar as diferenças – todas elas. Esta edição marca, também, a participação recorde de mulheres entre os atletas, quase equiparada à dos homens. Sem dúvida, um marco e essa representatividade traz à tona a discussão sobre a equiparação/valorização de atletas femininas que, historicamente, ganham salários e prêmios menores que os homens. Há, ainda, um grande caminho a percorrer, mas já é um bom começo, sem dúvida. A luta é pela igualdade de gêneros também no esporte. E mais: cerimônias maravilhosas (mesmo sem público), com verdadeiros shows de tecnologia, tipo uma imensidão de drones formando no céu, o nosso planeta Terra, com todos os continentes – inesquecível! – e medalhas fabricadas com lixo eletrônico, um exemplo de sustentabilidade e criatividade. Novos esportes foram incluídos: escalada; surfe; skate… Impossível não se emocionar, por exemplo, com a nossa mais nova medalhista olímpica Raíssa Leal, medalhista de prata, em sua primeira Olimpíada (de muitas ainda por vir!), com apenas 13 anos de idade. Existe até uma discussão sobre idade mínima para a prática profissional de esportes e tal, mas essa é uma outra história… É muito lindo de se ver a generosidade e a alegria genuínas compartilhadas entre os jovens atletas do skate, que fazem deste esporte, um estilo de vida. Para quem acompanhou tudo pela tv, como eu, varando madrugadas em razão da diferença de fuso horário, torcendo, gritando e se emocionando com vitórias, derrotas, quedas, superações e outras tantas histórias de vida que foram apresentadas, fica o gostinho de quero mais, já aguardando os próximos Jogos de Paris 2024 que, se tudo der certo (e vai dar!), serão com muita festa, calor humano, torcedores e o charme da França, é claro… E também, meu convite para quem não curte ou nunca assistiu às Olimpíadas, não só pelos jogos e competições em si, mas, principalmente, por tudo que está por trás deles, com a riqueza de histórias e exemplos, ainda que nem sempre belos, porque, afinal, como canta o Rapper Projota, “O ser humano é falho, hoje mesmo eu falhei. Ninguém nasce sabendo. Então me deixe tentar”. E eu quero, sempre, tentar e aprender, desistir, nunca!
Autora: Marcia Siqueira
Autores citados: Projota
Foto: pixabay.com
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