“Não busques a vaidade de ter o melhor que os outros. Contenta-te com a tarefa gloriosa de tentares ser melhor que és.” (Henfil)
Eu diria que a vaidade é tão antiga quanto a própria humanidade. Tanto assim que ela está na lista dos 7 pecados capitais, todos associados à própria condição humana e, de uma forma muito peculiar e macabra, eternizados no filme “Seven – Os sete crimes capitais”, com a genial direção de David Fincher. Mas, falando especificamente sobre a vaidade, a palavra vem do latim superbia, podendo assumir diferentes facetas – soberba, orgulho, futilidade, narcisismo … Antoine de Saint-Exupér, autor do livro O Pequeno Príncipe, diz que “para os vaidosos, os outros homens são sempre admiradores”. A verdade é que a vaidade, em regra, nos remete a sentimentos negativos e mesquinhos. Quando desmedida, nos torna seres humanos insuportáveis, com uma espécie de crença de que somos superiores; que somos melhores do que os outros. Eu, definitivamente, não gosto e não combino com esse perfil! Mas eu realmente acredito que a vaidade tem seus encantos e, se exercida com inteligência e moderação, pode ser benéfica e vantajosa, trazendo em si, a ideia do amor-próprio e da auto-estima. Como dizem por aí, um pouco de vaidade não faz mal a ninguém. O problema está na medida da vaidade. Aliás, como tudo nesta vida! Mas Mark Twain discorda de mim; segundo ele, “não há graus de vaidade, apenas graus de habilidade em disfarça-la”. Difícil, né? Talvez a sabedoria esteja em usar a vaidade para si mesmo, como uma satisfação pessoal, sem a intenção de sobrepujar-se aos outros. Neste sentido, sábias as palavras de Santo Agostinho: “Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe; outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é caridade”. É mais ou menos por aí… Não deixe a vaidade se tornar uma torpeza. Utilize-a com sabedoria, a seu favor, e não em detrimento dos outros. Não deixe que a vaidade seja apenas uma manifestação de futilidade ou auto-promoção. O Papa Francisco diz que a vaidade é a osteoporose da alma, no sentido de que ela corrói a alma e desgasta o nosso alicerce. Fica o alerta…
Autor: Marcia Siqueira
Autores citados: Henfil; Antoine de Saint-Exupér; Mark Twain; Santo Agostinho; Papa Francisco