“Se eu acredito em Deus? Mas que valor poderia ter minha resposta, afirmativa ou não? O que importa é saber se Deus acredita em mim.” (Mário Quintana)
Meus pais acreditam na liberdade de escolha. Eu agradeço muito a eles por isso (e muito mais). Lá em casa, sempre tivemos a liberdade de experimentar, questionar e fazer nossas próprias escolhas. E, em relação à fé, essa liberdade foi ainda mais evidente. Minha mãe tem a fé dela, mas não é ligada às instituições. Meu pai, para ser muito sincera, até hoje tenho dúvidas em que ele acredita ou mesmo se acredita em algo ou alguém superior. E foi neste ambiente que, aos 18 anos de idade, me inscrevi na catequese, porque eu queria receber o Corpo de Cristo. Em Deus, eu sempre acreditei. Mas eu queria mais. E esse algo mais era, justamente, a comunhão. É impressionante, mas toda vez que eu comungo (e lá se vão mais de 30 anos…), sou invadida por uma paz e uma emoção sem igual. Com Ele, eu converso, me despojo totalmente, peço, mas, acima de tudo, agradeço! Eu acredito que a melhor forma de reverenciá-Lo, é seguindo seus ensinamentos. Então, além de ir à igreja, rezar e comungar, busco, no dia a dia, ser uma pessoa boa, fazer o bem e a caridade. E, desta forma, estabeleci com Ele, uma relação íntima, pessoal e intransferível. Nem sempre entendo seus desígnios, é verdade, mas a minha fé me mantém. Assim, respondendo à Mario Quintana, sim, eu acredito em Deus, e isso é muito significativo na minha vida, e tenho certeza que Ele também acredita em mim. Como sei disso? A resposta é simples: nunca estou sozinha; Ele sempre está comigo, onde quer que eu vá. Nas minhas maiores alegrias e também nas minhas grandes tristezas e apuros. Ele é parte da minha força; ele é parte de mim. Tem uma oração muito bonita que exprime exatamente isso; chama-se Pegadas na Areia. É quase uma conversa com Deus. O homem questiona estar sozinho nos momentos mais difíceis de sua vida, vendo apenas um par de pegadas na areia, e o Senhor então responde que ele nunca esteve sozinho; as pegadas eram Dele, carregando-o em seus braços. Lindo, né? E, para mim, na minha fé, é muito reconfortante. Pitágoras dizia que “A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é aproximar-se de Deus”. Deus é, para mim, o que há de maior, de mais puro e verdadeiro. Deus é amor! Piegas? Não para mim… Esse é o poder da fé. E agradeço aos meus pais que me deram o direito de escolha, sem nada impor. Minha fé e minha crença vieram e até hoje se reforçam na minha busca interior. Por isso elas são tão marcantes em mim. Me identifico plenamente com Mahatma Gandhi – “Deus é puríssima essência. Para os que têm fé Nele, Deus simplesmente é” – e complementa, dizendo que a fé não é algo para se entender, é um estado para se transformar. Nele, eu me fortaleço. Sigo minha vida, com fé e amor no coração, certa de que eu nunca estou sozinha, porque Ele está sempre comigo!
Autoria: Márcia Siqueira
Autores citados: Mário Quintana; Pitágoras e Mahatma Gandhi