“Ninguém consegue estudar bem Teologia sem conhecer Parapsicologia.” (Papa João Paulo II)
Desde que o homo sapiens começou a tomar consciência, ele delegou ao “Desconhecido” todo fenômeno por ele não conhecido ou explicável, claro! Assim que sua inteligência se aprimorou e ele começou a nomear as coisas, esse “Desconhecido” passou a tomar uma forma divina, uma força suprema capaz de realizar o que ele não era capaz, explicar o que ele não conseguia, ou representar os medos que não vivenciava. Surgindo a necessidade de passar adiante o conhecimento dessa força, foram aparecendo os Deuses: Deus do raio, Deus do trovão, Deus das águas e assim por diante. E então a mitologia surgiu: histórias das façanhas e criações dos Deuses, suas brigas e desavenças. Assim, permanecem nos nomes dados aos dias da semana de vários idiomas. A veneração a determinados Deuses passou a ser um problema, pois cada um queria ter o Deus com o maior poder. Daí, algum cara se achando inteligente, resolveu unificar todos os Deuses em um só: onisciente, onipresente e onipotente. Esse era O Deus! O monoteísmo em oposição ao politeísmo. Engano do espertalhão achando que isso iria resolver o problema; a coisa só piorou. Cada um passou a ter a interpretação desse Deus e suas façanhas. Só Abraão, apesar de monoteísta, virou o pai de 3 religiões. Mas com a criação do Todo Poderoso, bonzinho, tinha que ter um cara do mal para balancear o jogo da vida. Afinal de contas, a humanidade sempre teve alguém para culpar pelos seus erros. Se Deus era bom, não podia dele vir o mal. Foi nesse ponto que a coisa degringolou! Tinha que se encontrar um ser de Deus, mas caído, que responderia por todo o mal. Tudo de desconhecido que favorecia era obra de Deus, ao passo que tudo de desconhecido que não favorecia era obra do Diabo e dos seus demônios. E assim o é até hoje. Em contrapartida, alguns outros povos desenvolveram conexões com a natureza desse “Desconhecido” e descobriram que o poder, antes sem explicações, vinha de todos os lugares, de dentro de todas as coisas. Até mesmo de dentro deles. Esse Todo, para eles, não estava centralizado em um único ser, estava sim entranhado em conexões por toda parte. Esses povos foram se desenvolvendo, quando em maioria, ou acabaram queimados e amaldiçoados, quando em minoria. Alguns viveram na plenitude e outros nas margens, observando os fenômenos apresentados por esse poder. No caso das minorias, vários exorcismos foram praticados até que a parapsicologia surgisse para estudar a natureza da energia que se manifestava em nossa espécie. Com Kardec, viveu-se uma revisão disso de forma tripartida. Lugares mais afeitos à religiosidade avançaram no espiritismo, outros mais afeitos ao estudos seguiram pela filosofia, e outros mais pragmáticos embrenharam pela paranormalidade. A paranormalidade se confundiu então com filosofia e com religiosidade, novamente tentando nomear os fenômenos desconhecidos. Isso teve aspecto negativo, por exemplo, quando a telecinesia foi feita de teatro de circo com gurus movendo objetos com o poder da mente. Por outro lado, no lado científico, avançou-se com pesquisas, que alcançaram até, na guerra fria, a utilização de vários recursos parapsicológicos. Por tal razão, até mesmo os milagres, que santificaram muitos, começaram a ser vistos como manifestações desse poder da natureza. Já ouviram falar que a fé cura? Pois cura mesmo! As pessoas entram em um estado de autoconsciência tão profundo, podendo até mesmo ser de auto hipnose, que as suas células correspondem a essa energia produzida, se reorganizando e manifestando uma cura sem explicações. Quando isso acontece, como nomear? Voltamos a dar o crédito aos Deuses ou olhamos em direção ao mundo quântico que anda avançando cada vez mais e mostrando como a teia da vida está conectada na palma de nossas mãos? Não sei você, mas eu prefiro esperar por explicações plausíveis daquilo que eu não entendo. E se eu continuo sem entender não dou nome a elas para que uma porta fique aberta ao “Desconhecido”.