“Aquele que acredita ter visto o mundo, não aprendeu a escutar-se no vento.” (Mia Couto)
Certo dia, conversando com um amigo muito querido, companheiro de todas as horas, ele me falava de um livro que estava lendo e que o fez lembrar de mim e da minha irmã. O título do livro é “Cuidar de si e do outro”, de Anselm Grün. A lembrança veio de trechos em que o autor fala sobre a dificuldade de cuidar dos pais. Eu e minha irmã, já há algum tempo, nos dedicamos à delicada tarefa de cuidar de nossos pais que contam com idade avançada, mas em especial, do meu pai, acometido com Alzheimer. Não é nada fácil, mas, com muito amor, dedicação e bom humor, a gente vem dando conta do recado. O maior desafio é cuidar sem anular; é proteger, respeitando. Mas o fato é que eu sempre gostei de cuidar dos outros – amigos, filhos, pais, … e também das pessoas menos favorecidas do que eu. O autor em questão fala do cuidado como expressão do amor. Genial! E isso é a minha cara… A questão é que, para cuidar dos outros, a gente precisa, antes, cuidar de nós mesmos. E podemos fazer isso de diversas maneiras. Eu, particularmente, procuro reservar, sempre que posso, um tempo para o meu lazer – praia, leitura, encontro com amigos, ver um bom filme… Nossa, o sol e mar me revigoram! Mas, para mim, a terapia tem sido uma grande aliada. Em tudo. Juntas, eu e a minha terapeuta trabalhamos sentimentos, situações, emoções, dificuldades, alegrias, tristezas… Os processos nem sempre são fáceis ou prazerosos, mas as conquistas daí advindas, não tem preço. É uma hora que reservo, semanalmente, para cuidar de mim, de uma maneira muito especial e que eu adoro! Costumo falar que todo mundo deveria experimentar. Ah, mas quase me esqueci de um detalhe: a terapia demanda uma certa coragem e muita disposição, o que não me faltam! Então, para cuidar de mim, uso diversos recursos, buscando estar bem. Neste tempo de pandemia, nem se fala… E, seguindo meu DNA, procuro cuidar também daqueles que amo e daqueles que precisam. Isso também me faz muito bem! Vamos lá, e você, o que faz para se sentir bem? Terapia, ioga, homeopatia, dança, acupuntura … são tantas opções! Ah, não podemos esquecer de um clássico; rir é sempre “um santo remédio”. E isto me faz lembrar do nosso querido Paulo Gustavo que, sabiamente, dizia que o humor salva, transforma, alivia, cura e traz esperança para a vida da gente. Aliás, Paulo Gustavo deixou muita saudade e uma lição – “rir é um ato de resistência”. E faz bem à alma! Mas, voltando ao início desta conversa, já pedi ao meu amigo que me empreste o livro de Anselm Grün, que me aguçou a curiosidade e cujo tema me identifico plenamente. Cuidar de si e do outro. Isso sempre fez parte da minha vida e cada vez faz mais sentido para mim. Como meu amigo também gosta de cuidar, já me disse que está me presenteando com o livro e eu não vejo a hora de me afogar no seu conteúdo!
Autoria: Márcia Siqueira
Autores citados: Mia Couto, Anselm Grün e Paulo Gustavo
O amor incondicional em seu texto..é forte e bastante expressivo principalmente quando o cuidar não só se resume a você …..lindo…!!!
Waldir, obrigado por sua participação, que é muito importante para o Projeto!