Tanto tempo se passou, longas as estradas que percorri à sua procura.
Entoei cantos entre os humanos e você não me ouvia. Orei com muita fé. Declamei poemas de amor para ver se você me via. Mas, nada acontecia.
De uma luz sublime e cheia de ironia, quando você menos esperava, eu nascia.
Dos horizontes perdidos eu me desfazia. Já não era somente uma alma; eu agora tinha um corpo que me cobria. Já não era mais preciso percorrer por longas estradas; já vivia nesta sua estrada.
Entre os humanos você já me via e ouvia entoar meus choros, meus resmungos,… tudo o que antes eram preces e poemas a lhe procurar.
Deu-me a vida que eu tanto buscava; escola onde eu teria as mais belas lições que eu – um aluno ávido – procurava aprender.
Os anos se passaram, aquela alma aflita agora era um jovem aprendiz de princípios, de valores. Aprendiz de como amar seus irmãos, sua família, seus amigos. Você, minha amada, era agora – foi e será – a professora de tal alma.
Com você aprendi a cuidar das plantas, aprendi a lavar, passar, cozinhar, … Aprendi a gostar de música; e eu amava quando te ouvia cantar “… índia teus cabelos nos ombros caídos, negros como a noite que não tem luar” – uma canção de Cascatinha & Inhana, intitulada “Índia”. Eu ficava só te olhando e imaginando você como esta índia, pois seus cabelos eram negros, os lábios cor de rosa e um olhar doce e meigo como o descrito na canção. Você, minha amada, me ensinou a imaginar, ensinou-me a sonhar de olhos abertos, … E fez isso simplesmente sendo minha mãe Maria.
E na idade adulta pude, da melhor forma possível, não somente ser seu filho, mas também ser seu amigo, lhe acompanhar em festas, em passeios, fazer compras, ir ao shopping,… Assistíamos TV juntos; lembro-me que adorava festivais de canções, concursos de miss, … e eu aprendi a gostar de tudo isso com você minha mãe Maria .
Tudo o que sou hoje, foi o que sempre busquei ser em terra, quando alma ainda; e onde quer que você esteja, saiba que, mesmo com os papéis invertidos neste momento, da mesma maneira que eu a perdi, eu a encontrarei novamente. Em um horizonte, que nunca mais haverá de se fechar, e que caso se feche um dia, me fará então gritar um nome… e o eco com certeza me responderá MARIA, a quem eu, carinhosamente, chamava de LILA.
Você tem grandes detalhes. Eu amo o jeito que você escreve.
Então excelente!
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